Um incêndio criminoso destruiu três casas de reza na Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra, localizada na Serra da Cantareira, cidade de Guarulhos, estado de São Paulo, no dia 4 de março. 44415
Foram dois ataques seguidos, o primeiro ocorrido às nove da manhã e o outro às 14 horas da tarde. Durante o ataque, os indígenas trabalhavam na construção de uma outra casa que abrigará um centro cultural e por isso demoraram a perceber a ação.
“A pessoa sabia onde estavam localizadas. É um ataque criminoso, não foi acidente. Não foi um ato religioso”, afirmou Awa-Kuaray-Wera, 49, uma das lideranças da aldeia, em entrevista à agência de jornalismo Ponte.
A aldeia que abriga 25 famílias das etnias Tupi, Pankararé, Pankararú, Xucuru de Urorubá, Kaimbé, Wassu Cocal, Guajajara e Kariri Xocóa, ocupa uma área de 276 mil metros quadrados e é fruto de uma retomada realizada há três anos. O local que carece de saneamento básico e infraestrutura, apesar das promessas do velho Estado, até hoje a área não é reconhecida como território indígena, situação que aumenta a vulnerabilidade dos povos que ali ocupam.
A retomada se deu em meio a luta de indígenas em diversos contextos urbanos, que buscavam uma vida digna e em meio às reivindicações se depararam com a promessa de que se apresentassem o projeto da Aldeia multiétnica, a prefeitura cederia as terras. Em outubro de 2017, diante da inércia dos politiqueiros, ocuparam a terra e alguns meses depois as dividiram.
“A gente tem que se unir para ganhar a terra. Se não houver união, a gente não vai em lugar nenhum. Quem decide aqui é a maioria”. Afirmou Awa em entrevista ao portal Click Guarulhos.
Casa de reza é alvo de incêndio criminoso em Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra, São Paulo. Foto: Reprodução.