SC: Após 56 anos, Higino João Pio, 1º prefeito de Balneário Camboriú, morto no regime militar, terá a sua Certidão de Óbito atualizada 6t6y4m

A Certidão de Óbito que documentava seu falecimento constava, de maneira mentirosa, que Higino haveria cometido suicídio (forjar suicídios para encobrir seus crimes foi uma prática muito comum por parte do Exército nos tempos da Ditadura Militar).
Foto: Reprodução.

SC: Após 56 anos, Higino João Pio, 1º prefeito de Balneário Camboriú, morto no regime militar, terá a sua Certidão de Óbito atualizada 6t6y4m

A Certidão de Óbito que documentava seu falecimento constava, de maneira mentirosa, que Higino haveria cometido suicídio (forjar suicídios para encobrir seus crimes foi uma prática muito comum por parte do Exército nos tempos da Ditadura Militar).

Higino João Pio, o primeiro prefeito de Balneário Camboriú eleito pelo PSD, foi preso no dia 19 de fevereiro de 1969 pelos militares sem justificativa. No dia 3 de março do mesmo ano (aniversário de sua esposa), depois de duas semanas de clausura, foi encontrado morto em uma das celas da Marinha, em Florianópolis. 1b1931

A Certidão de Óbito que documentava seu falecimento constava, de maneira mentirosa, que Higino haveria cometido suicídio (forjar suicídios para encobrir seus crimes foi uma prática muito comum por parte do Exército nos tempos da Ditadura Militar). Agora, após 56 anos desse covarde assassinado, conhecido como o único cometido pelos militares em terras catarinenses, a sua certidão será atualizada e ará a constar a verdade.

De acordo com a entrevista do advogado Anselmo Machado ao monopólio de imprensa G1: “Jango ava as férias em Balneário e tinha contato com o Higino. Quando ele foge, vira uma caçada às bruxas. Mas principalmente por causa das disputas locais dos políticos.” Anselmo teve atuação na Comissão Estadual da Verdade Paulo Stuart Wright, em 2014, que contou com audiências na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) e ajudou a elucidar a morte do político.

Com o apoio da Comissão Nacional da Verdade (CNV), foi realizada uma investigação estadual que buscava compreender os crimes cometidos pelos militares. Tal investigação concluiu que ao menos 698 pessoas sofreram lesões graves e seus direitos foram violados nesse período, para além de desmentir a causa da morte de Higino.

Durante esses 56 anos, a família garante que não esqueceu a sua memória e lutou durante anos por uma nova documentação.

Laudo forjado da morte do prefeito de Balneário Cambúriu. Foto: Reprodução.
Trecho do laudo sobre a morte do prefeito de Balneário Cambúriu. Foto: Caroline Borges.
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