Na última quinta-feira (20/3), professores organizados pelo Conselho Municipal de Professores (CMP Sindicato), com participação do Sindicato dos Servidores Municipais de o Fundo (SIMO), realizaram um ato em frente à Prefeitura de o Fundo, com início às 15:30 e indo até às 17h daquela tarde. Outros profissionais da educação, como monitores e servidores públicos, fizeram-se presentes, prestando apoio e solidariedade. 3p414g
Cerca de 400 pessoas compareceram, permanecendo até seu fim, porém estima-se uma quantidade maior, visto que muitos não am documentos de efetivação. Essa quantidade demonstra nitidamente a adesão massiva da categoria à luta combativa por direitos justos, dado que na cidade são cerca de 900 professores atuando na educação municipal, quase metade do efetivo esteve no ato.
A reivindicação central do CMP Sindicato era o reajuste de 11% para o cumprimento do pagamento do piso nacional do magistério junto de reposição das perdas salariais acumuladas. Essa porcentagem foi calculada a partir dos reajustes dos anos 2010-2025, na média, contando os maiores e menores reajustes, ficou em 11%. A prefeitura, encabeçada por Pedro Almeida (PSD), recusou a proposta e ofereceu em troca inicialmente 4% de reajuste. Após recusa dos professores, ofereceram 5,06% para o salário junto de 6,25% para o vale alimentação. Por fim, o CMP rejeitou essa proposta, convocando o ato exigindo um reajuste de 6,27%, estando adequado ao piso nacional do magistério.
Durante o protesto, docentes ao microfone afirmaram que a aula naquele dia foi interrompida não pelo desejo dos profissionais de lá estarem, mas sim pelo fato de o prefeito não acatar as justas reivindicações, pois a prefeitura faz propaganda pesada sobre as construções de escolas municipais, sendo um dos principais objetos de campanha das últimas eleições municipais, ao o que diziam em coro “Professor na rua, Pedro, a culpa é tua!”.
Denunciaram sobre os “completivos”, valores adicionais que o Executivo municipal ofertou tentando desviar a luta dos profissionais pelo reajuste, entoando a palavra de ordem “Completivo não é salário, não queremos penduricalho!”, afirmando inclusive que no município o professor é o profissional qualificado mais barato de toda mão de obra de o Fundo, comparado a outras profissões, o docente recebe cerca de 50% a menos por hora trabalhada.
Conforme professores afirmaram, Pedro Almeida não compareceu à última reunião onde ele anunciaria os míseros 5%, atitude essa vista como de vergonha por parte dele, uma tática utilizada anteriormente por Luciano Azevedo (PSD) durante toda a gestão e que segue vigente sob o mandato de seu sucessor. Para além disso, declararam que, para aprovar os projetos de reajustes rechaçados, o prefeito os envia em dias e horários em que o sindicato não consegue mobilizar a tempo os profissionais, permitindo que a maioria dos vereadores – favoráveis à atual gestão – aprove sem sofrer pressão da categoria.
A correspondência local do AND acompanhou do início ao fim todo o protesto. Os professores relataram que todas as vezes que se mobilizam, a prefeitura fecha todas as portas, nem a Secretaria Municipal de Educação, nem o prefeito ou qualquer autoridade do poder público estabelece diálogo direto, agindo como se “não tivesse esse ato aqui”. Relataram também que fazem 4 anos consecutivos em que os profissionais têm reajustes abaixo do necessário, acarretando um acumulado de 70% de prejuízos financeiros, afetando seu transporte, alimentação, pagamento de contas, etc.
O comitê, acompanhando a mobilização, realizou uma exitosa brigada de vendas. Esgotaram-se rapidamente os 15 exemplares levados da edição impressa 258, evidenciando o entusiasmo e apoio à linha do AND. Um integrante do CMP sozinho pagou por cinco edições, afirmando que as levaria ao sindicato.
Chegando ao final, os professores prometeram novas e mais fortes mobilizações, que enquanto não tivessem aquilo que é seu por direito, não iriam descansar.