Moradores de Canoas, zona metropolitana de Porto Alegre, resistiram à invasão da brigada militar (BM) ao bairro Mathias Velho, erguendo barricadas e utilizando rojões e pedras para afugentar as viaturas e o batalhão de choque. A batalha ocorreu durante a madrugada do dia 27 de dezembro, última sexta-feira. Duas pessoas foram presas e dezenas relataram ao monopólio de imprensa que foram ameaçadas e agredidas pela BM. 2iy5i
A revolta se iniciou após a brigada ter sido supostamente acionada para atender a uma ocorrência no bairro, supostamente, pois por todo o monopólio de imprensa as justificativas dadas para a presença da polícia no local são variadas, desde que havia um homem armado dentro de uma unidade de pronto atendimento no bairro ou que havia denúncias de “vários disparos” na região. Fato é que a polícia se deslocou em massa para o bairro Mathias Velho e tentou invadir um condomínio na região. A BM afirma que foi recebida pelos moradores “com pedras e rojões” e que supostamente “havia disparos”.
A polícia espancou o vigia do condomínio assim que este abriu o portão para os policiais entrarem. Este caso e a violência generalizada contra os moradores foram o motivo da revolta. Durante toda a madrugada, os moradores enfrentaram o batalhão de choque com rojões e pedras, e ergueram barricadas para impedir o avanço dos policiais para dentro do condomínio. Duas pessoas foram presas durante a ação por supostamente estarem disparando rojões contra os policiais, e uma viatura da BM foi depredada.
Ações como estas são cada vez mais rotineiras na zona metropolitana, parte da crescente aplicação da “guerra de baixa identidade” contra o povo pobre. Em Porto Alegre, moradores do condomínio Princesa Isabel repeliram uma invasão da Brigada Militar em setembro, enfrentando com paus e pedras a rotineira campanha de terror policial que assassinou dois moradores do local em 2024.