Na última quarta-feira (31), cerca de 100 moradores da região das ilhas de Porto Alegre bloquearam a rodovia BR-290 exigindo reparação pelos danos causados pelas enchentes de maio. Operários, camponeses e pescadores fecharam o trânsito periodicamente após a demora do programa de compra assistida do governo, que promete auxiliar os afetados pela enchente a adquirirem novas casas. 193530
O programa de compra assistida contempla famílias de baixa renda e custeia a compra de qualquer moradia de até 200 mil reais. Apesar dos quase 2 milhões e meio de afetados pela enchente, o governo divulgou listas com apenas cerca de mil nomes que estão contemplados a receberem o benefício. A demora para a divulgação das listas foi o maior motivador do protesto, conforme relataram os moradores ao monopólio da imprensa.
Na rodovia, um funcionário público recebeu a multidão, pedindo calma, porém como ele não portava uma nova lista de nomes, o protesto seguiu até a noite.
A mobilização deu resultados, já que o governo acatou aos manifestantes e divulgou uma nova lista um dia depois, enquanto os moradores se concentram na rodovia para um segundo protesto, porém, apenas poucos moradores da região das ilhas foram contemplados, de acordo com os moradores, cerca de mil pessoas nas ilhas estavam cadastradas no programa enquanto apenas 349 porto-alegrenses apareceram na lista, nem todos moradores das ilhas.
A região das ilhas era moradia para mais de oito mil pessoas na capital, cuja grande maioria eram de pescadores e camponeses, e é a região mais pobre da cidade, vítima de um descaso secular por parte da prefeitura e governo do estado. Durante as enchentes de maio, a região das ilhas ficou completamente destruída, todos os moradores tiveram que ser evacuados e até hoje, seis meses após a enchente, o lixo e a lama acumulados deixaram grande parte da região inabitável.