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Ambulante impede que guardas levem sua mercadoria. Foto: Reprodução
Trabalhadores impediram que agentes da Guarda Municipal (GM) do Rio de Janeiro apreendessem as mercadorias de um ambulante que estava trabalhando na rua Paula Freitas, no bairro de Copacabana, zona sul do Rio, no dia 10 de abril. O homem enfrentou os guardas que queriam levar as suas mercadorias.
Os trabalhadores subiram na caminhonete da GM e pegaram de volta as mercadorias apreendidas. Durante a ação, os agentes agrediram o trabalhador e alegaram que o homem não poderia trabalhar no local.
O vendedor estava com o documento do Ambulante Legal anexado ao carrinho, documento este que autoriza o trabalho no local. Os guardas alegaram que o novo decreto municipal proíbe a venda nas ruas, porém o decreto proíbe ambulantes nas praias e não nas ruas.
No vídeo é possível ver o trabalhador sendo agredido por um dos guardas com um soco na barriga. O homem a todo momento enfrentou de forma enérgica os guardas, repelindo os ataques violentos dos agentes do velho Estado. No momento em que os guardas começaram a retirar as mercadorias, outros trabalhadores e entregadores de aplicativo se revoltaram com a injusta apreensão e ação truculenta. Eles impediram que o carrinho de cocos do vendedor fosse levado pelos agentes.
Histórico de repressão
Por décadas os ambulantes cariocas trabalham como se fossem criminosos, são obrigados a monitorar a movimentação de guardas municipais e fiscais da prefeitura que de forma constante e sob mando de diferentes prefeitos promovem o famoso “rapa”, nome dado pela população carioca aos carros da prefeitura que vão até as feiras livres com o objetivo de apreender mercadorias para obrigar os trabalhadores a pagarem altas multas para liberarem o material novamente. Tudo isso sob a justificativa de criar “receitas” para a prefeitura. O atual prefeito da cidade, Eduardo Paes, ficou conhecido por usar amplamente tal “tática”, durante os oito anos (2009 a 2017) em que governou a cidade.
Protegidos por pesadas armaduras de borracha e armados com enormes cassetetes de madeira, grupos de guardas municipais percorrem as ruas do Centro do Rio e bairros populosos como Copacabana, Madureira, Méier, Cascadura e Tijuca para impedir o trabalho dos camelôs, depredando suas barracas e apoderando-se das mercadorias.
A covardia do velho Estado acompanha o crescimento da quantidade de camelôs. Famílias inteiras de ambulantes, que ganham a vida honestamente, são forçadas a escapar de agressões, roubos e extorsões por agentes da GM.
Com a pandemia, esses trabalhadores que dependem das suas vendas diárias para sobreviver e alimentar suas famílias, foram seriamente afetados pelas medidas restritivas adotadas pelos governos municipais e estaduais, tal como são as principais vítimas do genocídio do governo de Bolsonaro e seus generais com a negligência planificada. Com isso, a falta de auxílio emergencial digno, que garanta a renda desses trabalhadores, para que estes não precisem arriscar sua vida e de seus familiares, sendo obrigados a sair para trabalhar e se expor ao vírus, configura um verdadeiro crime contra o povo.