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Moradores protestam em frente a prefeitura de Petrópolis contra demora no ree de benefícios aos moradores atingidos por enchentes e deslizamentos. Foto: Reprodução
Moradores da cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, fizeram um protesto no dia 23 de março em frente a prefeitura da cidade. Os moradores cobram do prefeito Rubens Bomtempo (PSB) ações de prevenção a deslizamentos e enchentes além de exigirem indenizações e que a verba extra que o município recebeu seja reada aos moradores.
Os cerca de 200 manifestantes se concentraram no início da manhã e fecharam os dois sentidos da avenida Koeller em frente a sede do governo municipal. Com cartazes, os moradores gritaram palavras de ordem contra o prefeito reacionário: Covarde! e Fora Bomtempo! e O povo na rua, Bomtempo, a culpa é sua!
Nos cartazes, os moradores carregavam frases como “Aluguel social é para todos?”, “Limpeza dos rios e galerias já”, “Segurança para viver”, entre outras. Os manifestantes também exigiram o pagamento do benefício do aluguel social para os moradores que perderam suas casas e o impeachment do prefeito e de seu vice, Paulo Mustrangi (Solidariedade), que se alternam no cargo há 16 anos.
O ato aconteceu após mais um temporal causar mortes e destruição na cidade. Sete pessoas faleceram após a chuva do dia 20/03. Antes disso, no dia 15 de fevereiro, 234 morreram na cidade após uma forte chuva.
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Além dos mortos, muitas pessoas perderam tudo que tinham, inclusive suas casas. A prefeitura de Petrópolis recebeu milhares de doações de diversos órgãos e pessoas físicas, entre eles um ree de R$ 2,3 milhões do governo federal para o socorro das famílias que foram atingidas pelo temporal. Contudo, os moradores reclamam da demora do prefeito em rear as indenizações aos moradores.
“A Prefeitura tem a obrigação de ir lá ver como está o morro. Eles não estão trabalhando, eles estão virando as costas para os pobres. Isso é a verdade neste lugar. Vai esperar o resto do morro cair sobre a população? Isso tem de ser cobrado. Cadê o dinheiro?”, questionou o morador Marivaldo Rodrigues, um dos presentes no protesto.
Marivaldo trabalha como auxiliar de serviços gerais e é morador do morro do Calango, no bairro Floresta. O homem teve que sair de casa com a família após a chuva do dia 15/02. Quando o trabalhador se preparava para voltar ao local, teve sua casa atingida novamente pela chuva do dia 20/03. Marivaldo levou um cartaz ao ato com os dizeres: “Ucrânia é menos perigoso que Petrópolis!”.
O morador também afirmou em entrevista ao jornal Extra, do monopólio de imprensa, que estava morando em um abrigo da prefeitura com a família, porém as condições do local eram insalubres, o que fez com o que ele tivesse que se mudar para casa de um amigo. “O abrigo era imundo. Com o tempo, eles não davam nem mais o material para limparmos o local. A comida chegava azeda e não tínhamos opção. A prefeitura largou todos à própria sorte”, denunciou.
MP recomenda transparência à prefeitura
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) divulgou no dia 23/03 uma recomendação para que a prefeitura de Petrópolis divulgue o destino das verbas recebidas dos governos federal e estadual, além das recebidas através de doações. O MP-RJ fixou um prazo de cinco dias para que a recomendação seja cumprida, podendo, em caso de negativa, resultar em medidas judiciais e extrajudiciais.
O órgão ressaltou ainda que o município incide em ilegalidade ao não dar completa efetividade ao princípio da publicidade, deixando de divulgar em sua página na internet informações completas sobre a gestão pública dos “desastres”, que causaram a morte de mais de 250 pessoas.