Nesta semana, várias manifestações combativas contra despeojs ocorreram em São Paulo, bloqueios de avenidas e linhas de trem marcam o tom combativo dos protestos. Diversos movimentos por moradia se mobilizam para o Ato do Despejo Zero, marcado para o dia 11 de junho na capital paulista. Segundo manifesto dos movimentos, 25 comunidades sofrem risco de reintegração de posse em São Paulo. q2s46
Na manhã do dia 26 de maio, barricadas de pneus em chamas bloquearam a Marginal Pinheiros nas pistas central e expressa por mais de duas horas. Barricadas também foram erguidas nas linhas de trem da ViaMobilidade, afetando as linhas 8 e 9 dos trens que cruzam do extremo oeste ao extremo sul da cidade.
Cerca de 100 manifestantes participaram do bloqueio da marginal, manifestantes picharam as pistas da avenida com as consignas “Queremos moradia, não reintegração!”. O protesto foi atribuído pelo monopólio de imprensa à comunidade do Areião, que enfrenta uma ação de reintegração pela concessionária de distribuição de energia em São Paulo, hoje istrada pelo monopólio italiano da Enel.
Já no mesmo dia, na zona leste da capital, manifestantes também bloquearam as avenidas Aricanduva e Rio das Pedras em eata contra a reintegração de posse da comunidade Jorge Hereda e Terra Prometida. Manifestantes carregavam cartazes e faixas contra a reintegração de posse e exigindo moradia.
Na sexta-feira (23/05) moradores da Vila Municipal em Carapicuíba também protestaram contra a reintegração de posse na região, bloqueando parcialmente a Avenida Desembargador Eduardo Cunha de Abreu. Faixas contra a reintegração de posse e a violência policial eram erguidas pelos manifestantes.
Ocupações contra o despejo 17395w
Ainda na tarde de segunda-feira (26/05), o movimento Frente de Luta por Moradia, ocupou um prédio abandonado no centro de São Paulo, na rua General Osório. Após a ocupação, durante a intervenção da PM no local, homens encapuzados lançaram granadas de efeito moral dentro do prédio onde se encontravam crianças, mulheres e idosos. Identificados pelo movimento como “milicianos”, os responsáveis pelo ataque não foram presos pela Polícia Militar que se encontrava no local no momento do ocorrido.
Governador Tarcísio trata o à moradia com repressão policial 3l6h6p
Durante os protestos, os moradores, ao invés de terem suas demandas acolhidas pelo governo, foram recebidos com a tropa de choque da Polícia Militar que tentou reprimir os manifestantes utilizando bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha.
Incapazes de conter a fúria das massas, os bloqueios permaneceram por várias horas após o acionamento da Polícia e do Corpo de Bombeiros.
O mesmo protocolo foi seguido pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) que foi acionada para o protesto em Carapicuíba, que atendeu a ocorrência do protesto armados com munição letal na tentativa de intimidar os moradores. Também fracassados em sua tentativa, o protesto seguiu por mais 3 horas após a intervenção da GCM.
Hoje, na cidade de São Paulo, segundo a própria prefeitura, existe um déficit habitacional de 400 mil casas. Porém, o número de moradias entregues desde o início do governo de Tarcísio de Freitas para todo o Estado de São Paulo não chega a 10% do déficit habitacional que a capital paulista enfrenta. Hoje, a Secretaria de Habitação da cidade de São Paulo conta com um orçamento de R$ 4,17 bilhões para investimento em moradia na cidade.
Deste montante, menos de 5% está destinado à Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo), que é responsável pela construção de prédios destinados à moradia popular, e cerca de 6% para o Fundo Municipal de Habitação, que realiza o financiamento de moradias às famílias de baixa renda.
A fatia gorda do bolo da pasta de habitação da gestão do Ricardo Nunes é destinada ao “Programa Pode Entrar”, que entrega à “parceria Público-Privada” o montante dos cofres públicos e faz com que os contemplados pelo programa entrem em uma dívida de 30 anos concedida pelas “Cartas de Crédito” entregues pela prefeitura.
Moradores se inspiram na luta da Favela do Moinho 4z4661
O contundente exemplo dos moradores da Favela do Moinho que demonstrou nos fatos que não aceitariam ser expulsos de suas casas sem ter o direito à moradia garantido pelo Estado, serve de exemplo para os movimentos contra os despejos. Hoje, as diversas comunidades que sofrem com o processo de reintegração de posse se levantam para garantir a sua moradia.
Marcado para o dia 11 de junho, dezenas de movimentos sociais por moradia irão comparecer ao ato na Praça da República às 14 horas para exigir o seu direito à moradia e impedir a onda de reintegrações desencadeada pelo governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes.