Desde março, centenas de cuidadores, mediadores e intérpretes de Libras atuam sem receber um centavo sequer da prometida ajuda de custo, única compensação oferecida a esses profissionais que, mesmo chamados de “voluntários”, cumprem jornadas exaustivas e assumem do próprio bolso as despesas com transporte e alimentação. 2u4d34
Coordenado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), o programa “Unidos pela Educação Inclusiva” mobilizou 706 trabalhadores e outros 706 em cadastro reserva, com contratos de um ano de duração. Apesar da promessa de R$ 80 por dia trabalhado, o valor segue sem pagamento, mesmo após comunicado oficial da Prefeitura de Porto Velho “garantindo” o ree até o dia 9 de maio.
Em declaração publicada pelo monopólio de imprensa local, uma cuidadora, que pediu anonimato por medo de retaliações, relata: “Deram uma data apenas para nos acalmar, mas hoje é o último dia útil e ninguém recebeu. Seguimos trabalhando sem saber quando o pagamento vai cair”.
Política de ‘inclusão’ da prefeitura é fachada para precarização 3t1l4
Por trás do discurso oficial, há uma lógica de superexploração do trabalho: profissionais sem direitos, sem contrato empregatício, sem salário, e, agora, sequer com a prometida ajuda de custo. Essa situação já foi anteriormente noticiada por AND.
A manobra de nomear como “voluntariado” uma função que exige dedicação integral revela como a gestão pública opera na base da precarização e do improviso, empurrando a responsabilidade dos serviços essenciais para trabalhadores desprotegidos.
Esse não é um caso isolado. A gestão do prefeito Léo Moraes, eleito com o discurso de “mudança”, já enfrenta uma série de denúncias na área da Educação, mesmo estando apenas no início do mandato. Na mesma semana em que veio à tona o calote nos voluntários, a prefeitura foi duramente criticada por compras milionárias de lancheiras e pelo descumprimento de promessas de campanha.
Com a máquina pública em crise, sobra discurso e falta compromisso com os trabalhadores e com a população.