Ivon Rates (PSD), prefeito do município de Envira (AM), havia prometido o início das aulas para março, mas, já se aproximando de junho, nenhuma escola da zona rural iniciou as atividades. As famílias temem perder o benefício do Bolsa Família, que garante o sustento de 70% da população local. 5r5h4h
Com 1.500 estudantes matriculados no ensino público, as famílias de Envira se sentem prejudicadas pelo descaso da prefeitura com a educação e o sustento da população, cuja maioria depende de benefícios para sobreviver. Segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2024 a cidade possuía 17.920 habitantes e, dentre esses, 12.567 beneficiários.
“A gente já está em maio, e meu filho continua em casa, sem estudar. Tenho medo de perder o Bolsa Família porque ele não está frequentando aula”, relatou a moradora Maria do Carmo ao portal AM Post.
A ausência da prefeitura preocupa as famílias que precisam garantir a matrícula e assiduidade dos filhos na escola para continuar recebendo o auxílio. Segundo dados oficiais, 3.856 famílias vivem com renda mensal de até R$ 109.
Nessa situação, estima-se que a maioria da população necessita do benefício para suprir as suas necessidades básicas, como é o caso do agricultor João Lopes, pai de duas crianças em idade escolar, que aponta: “A falta de aula não é só prejuízo no aprendizado. É comida que pode faltar em casa, porque a gente depende do Bolsa Família para comprar o básico: arroz, feijão, farinha.”
Posição da prefeitura 6s6y4j
Em nota enviada ao portal AM Post, a Prefeitura de Envira afirmou que a causa do adiamento do início das aulas foi a “desestruturação” e o “abandono do processo escolar” encontrados pela nova gestão.
“O não cumprimento do início das aulas na zona rural com base na data divulgada deu-se pela desestruturação encontrada in loco e aquisição de materiais necessários para o início. Superar o atraso decorrente do abandono do processo escolar tem sido nosso maior desafio, mas nunca faltou compromisso da istração”, diz a nota.
Ainda assim, a posição da prefeitura gera desconfiança na população devido ao histórico de Ivon Rates que, três meses após assumir a gestão, já possuía uma cassação do seu mandato por irregularidades nas prestações de contas de 2005-2008. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), o político do PSD abriu um recurso em março.