Um policial militar e mais seis pessoas foram presos, no dia 22 de maio, em uma operação contra uma plantação de maconha na cidade de Taperoá, na Paraíba. O policial era o dono da plantação de 15 mil pés e tem histórico de pistolagem e roubo a banco. Entre os outros presos estão um ex-vereador e um ex-diretor da cadeia pública local. 4n1x9
A investigação disponibilizou poucas informações, mas é possível que o caso tenha relação com latifundiários, pois o policial preso já foi investigado por pistolagem. Além disso, o ex-vereador é irmão de um dos participantes do assassinato de dois trabalhadores em abril de 2023, na cidade de Cubati. O latifundiário conhecido como Edson do Tomate foi acusado de ter ordenado a execução para retaliar ações trabalhistas movidas contra ele. Este crime, inclusive, ilustra bem o nível do envolvimento entre as forças oficiais da região e a pistolagem, já que um dos capangas que participou do assassinato era o chefe da Guarda Municipal de Taperoá.
Por fim, a relação de latifundiários com o caso também não seria uma surpresa porque Taperoá possui fortes reminiscências feudais. Em junho do ano ado, foram resgatados 17 trabalhadores em situação servil de uma pedreira na cidade. Eles eram submetidos a condições aviltantes, manuseavam explosivos sem o devido material de proteção, e viviam em tendas, sem instalações sanitárias e energia elétrica.
Há uma crescente relação entre figuras ligadas ao Estado brasileiro e o tráfico de drogas no interior da Paraíba. O ex-prefeito de Vista Serrana, Sérgio Garcia Nóbrega, foi preso em março deste ano acusado de financiar com dinheiro público uma plantação com 60 mil pés de maconha. Os desvios ocorreram por meio de laranjas que rearam um valor de R$500 mil para adquirir uma propriedade rural na cidade de Malta, onde ocorreu o plantio.
Falsa ‘guerra às drogas’ 4v205u
As operações contra as plantações, ao invés de limpar a imagem das instituições envolvidas nos crimes, acabam confirmando o que é dito há décadas por democratas e revolucionários no país: o tráfico de drogas é mantido, em grande parte, com a conivência ou participação direta de burocratas e policiais do Estado brasileiro.
A repressão às massas populares sob a justificativa de “combater o tráfico” serve apenas para aterrorizar o povo e buscar impedir protestos populares por melhores condições de vida por meio de constantes operações violentas.