Moradores da cidade de Dormentes, no sertão pernambucano, realizaram no dia 26 de outubro um protesto em denúncia aos mais de 70 dias sem abastecimento de água. Revoltados com a falta do direito básico, os moradores colocaram as contas em um barril no centro do município e tomaram a decisão coletiva de não pagar mais nenhum centavo das cobranças até a situação ser resolvida. 3t595j
A falta de água é um problema generalizado na região do semiárido do Vale do São Francisco. No município de Petrolina, vários bairros têm sofrido com a falta de abastecimento. Em Santa Filomena, a 195 km de Petrolina, moradores estão sem água encanada há mais de um ano. Contra essa situação revoltante, os protestos contra a falta do direito básico de o à água também têm ficado cada vez mais recorrentes. No dia 28/10, moradores de Pedra Linda realizaram uma manifestação na entrada do bairro para denunciar a falta de água.
Os moradores denunciam ainda que um funcionário da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) foi flagrado fechando registros no município. A empresa negou a acusação, mas os moradores insistem que a companhia está fazendo um rodízio no abastecimento de água. Até mesmo o ex-prefeito da cidade já itiu que o rodízio ocorre.
Além disso, os serviços da Compesa são comprovadamente precários. Ela foi recentemente multada em mais de R$ 120 mil pela prefeitura de Petrolina por conta de um reservatório que há anos está com a tampa quebrada.
Por outro lado, a mesma escassez que é imposta para o povo não é registrada para as classes dominantes. Segundo levantamento feito por A Pública, 50 empresas podem usar o equivalente à metade da população de todo o país. Dessas empresas, o chamado “agronegócio” é o que mais consome água.