O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Morares, retirou, no dia 8 de junho, o sigilo do relatório da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro no caso da venda ilegal de joias no estrangeiro. O ex-presidente genocida Jair Bolsonaro coordenou um grupo com o objetivo de realizar a venda ilegal de várias joias. 6vj1h
Este grupo contava com advogados, militares reacionários e funcionários públicos. A Polícia Federal (PF) constatou que o grupo atuou para vender ilegalmente parte das joias no estrangeiro. Com o dinheiro, Jair Bolsonaro custeou sua viagem para o Estados Unidos após a derrota eleitoral de 2022 (viagem que buscava esconder a relação direta de Bolsonaro com os eventos de 8 de janeiro). É isto que a PF descobriu e incluiu no inquérito sobre o caso, que indiciou por crimes Bolsonaro e alguns dos envolvidos.
A relação entre esta operação e o plano golpista de Jair Bolsonaro ainda não está totalmente exposto, mas é objeto de investigação do Supremo Tribunal Federal (STF). Por isso, a defesa do genocida está dedicada em atacar Alexandre de Moraes e levantar a tese de sempre, isto é, que Bolsonaro é vítima de uma injustiça, que é inocente e que não pode ser condenado.
Ao todo, Jair Bolsonaro está sendo investigado por ser o líder de uma associação criminosa responsável por comandar a atuação de seus assessores pessoais e também de agentes públicos em seis esferas:
- fraude na carteira de vacinação,
- desvio e venda de joias do acervo presidencial,
- trama golpista,
- ataque às urnas eletrônicas/“instituições democráticas”,
- uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar opositores políticos e
- pagamento de gastos pessoais com cartão corporativo.
O próximo o é o STF encaminhar denúncia à Procuradoria-Geral da República.
Bolsonaro comandou verdadeira operação para vender joias 6v3t1y
Com a missão de recomprar joias que o grupo liderado por Bolsonaro já havia vendido, Frederick Wassef, advogado do ex-presidente, viajou para o Estados Unidos no dia 11 e 14 de março de 2023. O Rolex de ouro branco cravejado de diamantes foi um presente dado pelo regime reacionário da Arábia Saudita durante a visita de Jair Bolsonaro. Há outros itens que Wassef tentou negociar, como uma escultura de ouro, um relógio de luxo, anéis, rosários e abotoaduras. Pelo entendimento da legislação brasileira, o item não pode ser apropriado pelo presidente por não ser “personalíssimo”.
No total, Wassef ou 18 dias no Estados Unidos. Nesse período, recomprou um dos relógios, encontrou-se com dois homens, um referido nas mensagens como “Harry Potter” e outro de nome “Marcelo”. A PF suspeita que seja o advogado do ex-presidente Caio Rocha e o coronel Marcelo Costa Câmara que, além de ser ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi o “frente” do serviço de inteligências paralelas montado por Bolsonaro com apoio do Exército reacionário.
Não está claro quais foram as razões para que a PF não tenha investigado estes dois no objetivo de confirmar. No momento, constam apenas como mais dois integrantes do grupo que atuou para surrupiar as joias.
No mesmo dia em que recomprou o Rolex, Wassef encontrou-se com Flávio Bolsonaro (filho do genocida e senador), Valdemar da Costa Neto (presidente do PL, partido de Bolsonaro) e Mauro Cid. Em mensagens trocadas com Flávio, Wassef afirmou que “estou na luta por vocês com lealde e empenho de sempre”. Sabe-se, agora, que a “luta” era o resgate do relógio cuja venda, segundo a PF, serviu para cobrir os custos da viagem de Bolsonaro no fim de 2022, realizada pelo ex-presidente derrotado após um longo silêncio sem reconhecer a derrota e depois de poucos meses tentando convencer os comandantes militares reacionários a embarcarem num plano de ruptura institucional.
Outro personagem que teve a atuação exposta pela PF é o tenente-coronel Mauro Cid. Antes de delatar o ex-presidente genocida (tornando-se desafeto dos bolsonaristas) e quando era ainda assessor pessoal do ex-presidente, Mauro Cid envolveu a si e seu pai (Mauro Lourena Cid, general do exército) na venda ilegal das joias. Vendeu dois relógios, uma caneta e um conjunto de abotoaduras. Os itens são avaliados em 10 mil dólares pela PF, que chegou a essas informações em acordo de cooperação judicial com o imperialismo ianque.
Mauro Cid também foi responsável por entregar um dos relógios para Osmar Crivellati, ex-assessor de Bolsonaro promovido a capitão pelos Comandantes do Exército reacionário em 1º de dezembro de 2022.
Latifundiários do “agronegócio” também estão envolvidos. Quando já estava no Estados Unidos, em 31 de dezembro de 2022, Bolsonaro recebeu um envelope com dinheiro do genro do latifundiário Paulo Junqueira.
Abundam provas, portanto, de que Jair Bolsonaro coordenava um grupo seleto de integrantes das Forças Armadas reacionárias, latifundiários ultrarreacionários e de advogados. A inexistência de comprovações de alguns nomes por parte da PF revela, ainda, que para além dos figurões já conhecidos (como Mauro Cid, Wassef e outros ultrarreacionários carimbados) outros militares podem ter atuado na surdina.
Defesa de Bolsonaro tenta evitar vínculo entre joias e tramas golpistas 4o3a6t
O relator no STF, Alexandre de Moraes, incluiu o relatório da PF no inquérito que investiga a “atuação digital” de um grupo cuja finalidade era “atentar contra a democracia”. Há outro inquérito que investiga a instrumentalização da Abin para vigiar opositores. Em ambos, as consequências jurídicas am pela confirmação da inelegibilidade do ex-presidente genocida.
Pelas consequências jurídicas, a defesa levanta a tese de que o processo está sendo conduzido de forma arbitrária e que não deveria estar correndo no âmbito do Supremo Tribunal Federal, especificamente com Alexandre de Moraes sendo o relator.
A vinculação do caso das joias às tramas golpistas é o ponto que mais incomoda a defesa, de fato. Por isso, apresentou uma manifestação de 16 páginas rebatendo alguns dos argumentos da Polícia Federal no indiciamento do caso de venda ilegal de joias por parte do ex-presidente genocida.
Nele, os advogados do ultrarreacionário genocida se utilizam de um argumento da vice-procuradora geral da república, Lindôra Araújo, que questionou o fato do processo estar correndo na esfera do STF e não na Justiça Federal de Guarulhos.
A grande questão é apontar que Bolsonaro é vítima de perseguição por parte de Alexandre de Moraes e que todo o processo é uma armação, sendo injustas as possíveis condenações que virão.
Outro argumento utilizado pela defesa é de que o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica é responsável por definir o que é acervo público e o que é privado. No caso de um silêncio do Gabinete nas tratativas sobre as joias, o aval para as negociações foi dado. Portanto, Bolsonaro não cometeu crime. Neste caso, o tiro sai pela culatra. Os advogados de Jair Bolsonaro deixam implícito que o ex-presidente sabia da existência das negociações.
O que não é grande surpresa, uma vez que sobre isso já há fatos abundantes. Bolsonaro pesquisou o preço das joias na internet, deu aval a Mauro Cid quando este enviou-lhe link do leilão do kit, encontrou-se duas vezes com o ex-chefe da Receita Federal (para discutir o resgate das joias em Guarulhos e a venda posterior).