O papel da Meta na guerra digital por procuração de Israel no The Cradle 41y5c

Em 16 de agosto, a gigante das mídia sociais, Meta,  baniu permanentemente  o The Cradle  do Facebook e do Instagram. As contas do canal nessas plataformas, que acumularam mais de cem mil seguidores e milhões de visualizações, foram removidas unilateralmente, sem aviso ou chance de apelação.

O papel da Meta na guerra digital por procuração de Israel no The Cradle 41y5c

Em 16 de agosto, a gigante das mídia sociais, Meta,  baniu permanentemente  o The Cradle  do Facebook e do Instagram. As contas do canal nessas plataformas, que acumularam mais de cem mil seguidores e milhões de visualizações, foram removidas unilateralmente, sem aviso ou chance de apelação.

Reproduzimos uma reportagem investigativa de Kit Klarenberg para o portal The Cradle. 3u6v4p


Em 16 de agosto, a gigante das redes sociais, Meta,  baniu permanentemente  o The Cradle  do Facebook e do Instagram. As contas do canal nessas plataformas, que acumularam mais de cem mil seguidores e milhões de visualizações, foram removidas unilateralmente, sem aviso ou chance de apelação.

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Os motivos oficialmente declarados foram supostas violações das diretrizes da comunidade para “elogios a organizações terroristas” por meio de seus relatórios sobre as atividades dos movimentos de resistência da Ásia Ocidental. A Meta informou sumariamente ao The Cradle:

Ninguém pode ver ou encontrar sua conta, e você não pode usá-la. Todas as suas informações serão excluídas permanentemente. Você não pode solicitar outra revisão desta decisão.”

No entanto, há motivos para acreditar que essa repressão não foi meramente uma questão de aplicação de padrões da comunidade. As evidências sugerem que entidades conectadas à inteligência israelense desempenharam um papel significativo na decisão da Meta de banir o The Cradle, um canal de notícias dissidente e antissionista que informa sobre a região e da região.

Este ato de censura dificilmente será o último contra aqueles que ousam expor as realidades brutais da guerra em Gaza e dar cobrir os que resistem a ela. 

Parece haver uma aliança perturbadora entre a liderança da Meta e poderosas organizações sionistas que identificam alvos para censura, enquanto os executivos da Meta obedecem sem questionar. Falando ao  The Cradle, o pesquisador independente da indústria de tecnologia Jack Poulson diz:

“A Meta banir uma fonte de notícias como o The Cradle, que critica Israel, é menos surpreendente quando você considera sua história. Além da chefe de política da Meta em Israel, Jordana Cutler é ex-chefe de gabinete do Ministro de Assuntos Estratégicos do governo israelense, e quase sua diretora geral. O desdobramento de propaganda do governo israelense CyberWell também é um “parceiro confiável” da Meta. Em julho, a organização ajudou a influenciar a política da Meta sobre críticas ao sionismo”

O Envolvimento Israelense 6c145r

Em junho, Poulson, juntamente com o jornalista Lee Fang, expam a participação da CyberWell em um esforço mais amplo do governo israelense, conhecido como Voices of Israel, para moldar e disseminar narrativas pró-sionistas no Ocidente.

Apesar das negações da CyberWell sobre financiamento ou vínculos governamentais, a organização rapidamente removeu referências a seus fundadores, funcionários e consultores de seu site após essas revelações.

Evidências de arquivo revelam que muitos membros da “equipe dinâmica” da organização sem fins lucrativos, composta por “acadêmicos, generais aposentados, ex-alunos de inteligência e profissionais de tecnologia inovadores” têm laços profundos com as forças militares e de inteligência israelenses, como a fundadora estadunidense, Tal-Or Cohen Montemayor, uma ex-soldada da ocupação e profissional de inteligência.

Montemayor emigrou para Tel Aviv quando era adolescente, voluntariando-se para servir no exército de ocupação como um “soldado solitário”. Ela então entrou na esfera de inteligência por meio da empresa de inteligência privada israelense Argyle Consulting.

Lá, Montemayor serviu sob Zohar Gorgel, “um oficial de inteligência condecorado da IDF com mais de uma década de experiência em várias funções cibernéticas e tecnológicas”. Juntos, “encorajados por colegas e mentores”, eles lançaram um projeto para “melhorar os padrões da comunidade” online. Em outras palavras, para neutralizar a solidariedade palestina e a condenação da entidade sionista. 

Dada a profusão de “antigos” espiões da ocupação e veteranos militares de alta patente nas fileiras da CyberWell, é de se perguntar se o lançamento da organização sem fins lucrativos foi impulsionado por elementos difamadores dentro do governo israelense.

‘Chamada para ação’ 555tv

Essa suspeita é amplamente reforçada pelo relatório de fevereiro de 2021 do Ministério de Assuntos Estratégicos de Tel Aviv, The Hate Factor. Ele delineou várias estratégias para “combater o antissemitismo online”, incluindo o uso de inteligência artificial (IA) para identificar e proibir usuários de mídia social de postar conteúdo crítico ao estado de ocupação.

Poucos meses depois, a CyberWell foi fundada, sob o título Global Antisemitism Research Center, promovendo a IA como sua “obra prima de resistência”. Instantaneamente, a obscura organização sem fins lucrativos começou a receber doações consideráveis ​​de organizações de lobby sionistas bem relacionadas.

A CyberWell também rapidamente firmou acordos de alto nível com operações de influência financiadas e dirigidas pelo governo israelense, como a notória e extinta unidade de trolling e assédio Act-IL, que era istrada pelo Ministério das Relações Exteriores de Tel Aviv.

Durante anos, a organização hasbara (N.T.: hasbara é o nome dado ao programa de propaganda pró-sionista) secretamente encorajou ativistas sionistas a atacar boicotes e boicotadores, a justificar a opressão e o massacre de palestinos e a intimidar grupos de direitos humanos e ativistas de solidariedade online.  O esforço foi encerrado sem aviso em 2022.

No mesmo ano, o relatório anual da CyberWell observou que ela havia “servido como fornecedora de dados para a comunidade da Act-IL em seu chamado de fim de ano para ação sobre o estado do antissemitismo online”. Isso pode fornecer alguma explicação para o fechamento da Act-IL.

Hoje, criticar sionistas no Facebook e Instagram pode resultar em banimentos permanentes, uma mudança de política supostamente promulgada sob pressão da CyberWell e outros grupos de lobby sionistas. A CyberWell não é apenas uma “parceira confiável” da Meta, mas também do TikTok e do X, exercendo influência para suprimir conteúdo crítico ao sionismo em várias plataformas.

A CyberWell  já parece  ter usado sua influência para obrigar o TikTok a adotar diretrizes semelhantes sobre conteúdo relacionado ao sionismo como a Meta. E não há nenhuma indicação de que a organização pretenda parar por aí.

Ela apresentou orientação formal à Meta sobre a censura da frase de solidariedade à Palestina, “do rio ao mar, a Palestina será livre” – que os sionistas falsamente alegam ser um apelo claro ao genocídio dos judeus – enquanto  publica relatórios sobre suposta “desinformação antissemita” circulada durante as campanhas eleitorais ocidentais.

Dado esse contexto, é quase certo que a CyberWell teve uma mão na remoção abrupta do The Cradle das plataformas da Meta. Em poucas horas, as contas do The Cradle foram banidas, mesmo aquelas não diretamente vinculadas ou associadas a quaisquer violações. Até mesmo uma conta de backup do Instagram, que não havia violado nenhuma das diretrizes da plataforma, foi retirada por estar associada à conta principal. 

Parece que a Meta tinha a intenção de apagar qualquer vestígio do The Cradle de seu universo de mídia social, para a provável satisfação das autoridades em Tel Aviv.

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No entanto, não se deve esquecer que a Meta tem um longo e deplorável histórico de censura sistêmica de conteúdo relacionado à Palestina. Essa supressão só se intensificou desde que o genocídio em Gaza começou.

Um relatório da Human Rights Watch (HRW) de dezembro de 2023 expôs como, nos últimos dois meses, o Facebook se envolveu em “mais de 1.050 remoções e outras supressões de conteúdo” no Facebook e no Instagram “postados por palestinos e seus apoiadores, incluindo sobre abusos de direitos humanos”.

Desse total, 1.049 “envolviam conteúdo pacífico em apoio à Palestina que foi censurado ou indevidamente suprimido”. Os casos documentados incluíam “conteúdo originário de mais de 60 países ao redor do mundo, principalmente em inglês, todos de apoio pacífico à Palestina, expressos de diversas maneiras”. Enquanto isso, a HRW “identificou seis padrões principais de censura indevida”. Isso incluía:

Remoção de postagens, stories e comentários; suspensão ou desativação permanente de contas; restrições à capacidade de interagir com o conteúdo; restrições à capacidade de seguir ou marcar outras contas; restrições ao uso de certos recursos, como Instagram/Facebook Live, monetização; e “shadow banning”, a diminuição significativa na visibilidade das postagens, stories ou conta de um indivíduo, sem notificação, devido a à redução na distribuição ou alcance do conteúdo ou desativação de pesquisas por contas.

Em outro lugar, o grupo de direitos digitais Access Now documentou como conteúdo prejudicial ao estado de ocupação foi censurado sob políticas da Meta não relacionadas à “desinformação” ou “antissemitismo” ou ainda informadas por organizações como a CyberWell.

Por exemplo,  após o bombardeio  do Hospital Árabe Al-Ahli, em Gaza, em 17 de outubro de 2023, que matou 471 palestinos e deixou outros 342 feridos, o Facebook e o Instagram  removeram o conteúdo  que documentava a explosão e mostrava corpos de vítimas, de acordo com a política da Meta sobre nudez adulta e atividade sexual.

A cobertura do Cradle continua 2s6p2r

A facilidade com que organizações sionistas como a CyberWell conseguiram se infiltrar e pressionar a Meta e as plataformas “omertà” sobre o genocídio dos palestinos pode ser atribuída a vários veteranos militares e de inteligência israelenses que ocupam altos cargos na empresa.

Por exemplo,  Guy Rosen, ex-membro da Unidade 8200, especialista em espionagem e desinformação do exército de ocupação, é o diretor de Segurança da Informação da empresa desde 2022. Ele também é cofundador da empresa de tecnologia israelense Onavo , de propriedade da Meta .

O The Cradle  continuará a expor o genocídio em Gaza e a relatar fatos sobre eventos no Oeste da Ásia, incluindo sobre o Eixo da Resistência da região, apesar do banimento pela Meta no Facebook e no Instagram.

A censura contínua e crescente da Meta pode muito bem contribuir para o declínio de sua base de usuários e  para a queda do valor do mercado de ações. À medida que mais vozes são silenciadas, os dias da plataforma, assim como os da narrativa sionista que ela apoia tão avidamente, podem estar contados.

Tradução por Alexandra K.

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