O “mercado”, agremiação de grandes burgueses e imperialistas, tem celebrado as recentes quedas do dólar e suposta valorização do real, após a moeda ianque (Estados Unidos, USA) recuar em 0,58% no dia 28/07, com valor de R$ 4,73. Apesar disso, as razões e efeitos dessa queda de uma moeda e “valorização” de outra estão longe de sinalizar uma melhora nas condições de vida do povo brasileiro. Na verdade, a queda está atrelada às condições de uma economia subjugada, que funciona sob as diretrizes de dar máximo lucro às corporações imperialistas e às classes dominantes lacaias do imperialismo. 3h1o3y
Em coluna recente, Celso Ming, economista liberal alinhado ao “mercado” e colunista do monopólio de imprensa Estado de São Paulo, aponta como fator contribuinte para a queda do dólar o superávit comercial do país, quando se ganha mais com as exportações do que se gasta com as importações. O problema (não apontado pelo colunista como tal) é que o superávit é impulsionado justamente pela exportação de “produtos primários e semielaborados”, ambos produzidos em massa pelo latifúndio (“agronegócio”) ou pelo setor da mineração, como minério de ferro e alimentos para exportação. As famosas commodities, cujo valor agregado é baixíssimo, como consequência de uma economia muito débil.
Isso significa que a balança comercial em superávit está sustentada pelas mesmas condições responsáveis por fazer a economia do País subjugada, baseada na manutenção do latifúndio e um regime de agroexportação de baixo valor agregado, em detrimento da industrialização e construção de uma economia autossustentada. É debate similar ao aumento do PIB, que também foi impulsionado por esse setor – sustentado e responsável, também, pela miséria generalizada e exploração máxima de milhares de camponeses em todo o País, sobretudo por meio da generalização de relações de trabalho atrasadas e, recorrentemente, de servidão.
Outro fator responsável pela queda do dólar e suposta valorização do real é a própria alta dos juros. Os juros altos atuam principalmente ao atrair investimentos estrangeiros para a compra de títulos da dívida do País, investimentos feitos por magnatas e imperialistas. A alta taxa de juros garante, a esses sanguessugas, um rendimento extraordinariamente mais alto do seu capital rentista. No caso, o Brasil é quem paga esse banquete. É uma notícia ruim especialmente para os setores da pequena e média burguesia (genuína burguesia nacional), que se vêem atolados sob as descomunais taxas de juros de Roberto Campos Netto e Copom e sofrem cada vez mais para pagar as dívidas contraídas por empréstimos e programas de financiamento.
“Como elas [empresas das pequena e média burguesia brasileira] não têm o a dinheiro a juros módicos praticados no exterior, são ainda mais inviabilizadas, até no mercado interno, dominado por subsidiárias de empresas transnacionais”, explicaria o professor Dr. Adriano Benayon, honroso membro in memorian do Conselho Editorial desta tribuna.
E, diante disso, Luiz Inácio nada tem feito, a não ser mentir, ao afirmar que só quem pode tirar o presidente do Banco Central é o senado, quando está na lei que ele mesmo pode fazê-lo.
Enquanto isso, a qualidade de vida do povo trabalhador também não melhorou. Os dados mais recentes do IBGE indicam que, mesmo com a “queda” no desemprego (impulsionada pelo aumento da informalidade, que aumentou 2,4% somente no setor privado, sem levar em conta os informais fora do setor privado, os trabalhadores domésticos sem carteira assinada e os trabalhadores “por conta própria”), a renda do trabalhador não aumentou. Os dados do instituto indicam que o rendimento real habitual ficou em R$ 2.921, estável em comparação ao índice anterior. A estabilidade, mesmo com a “queda” no desemprego, é associada justamente ao aumento da informalidade, responsável por lançar um mar de trabalhadores sem direitos e garantias, além de baixos salários, no mercado de trabalho. Pessoas que, nos próximos 20 anos, não terão nenhum o à Previdência Social, mas antes, estão destinadas à fome e à miséria.
Essas são as “conquistas” do governo, em especial do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, celebradas pelo “mercado”.