O Ministério Público Federal (MPF) abriu, no dia 25 de dezembro, uma investigação para apurar a tentativa de homicídio de Juliana Leite Rangel, baleada por policiais rodoviários federais (PRFs) na rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, no dia 24/12. 1g2b1t

A família de Juliana havia saído de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e ia em direção a Niterói, na Região Metropolitana, para uma confraternização de Natal.  

Durante o trajeto, eles foram surpreendidos pela ação dos agentes, que, sem aviso, atiraram contra o carro com todos dentro.

“Eu estava vindo na Washington Luiz, ligaram a sirene e eu liguei a seta para encostar e já foram metendo bala no meu carro. Acertou um tiro de fuzil na cabeça da minha filha. A bala que acertou ela pegou no meu dedo. Meu carro todo cheio de bala, sem eu fazer nada, ainda falaram que fui eu que atirei.”, relatou o pai de Julia ao monopólio de imprensa O Globo. A jovem teve que ar por uma cirurgia e se encontra em estado gravíssimo no Hospital Adão Pereira Nunes em Saracuruna.

Em depoimento, os agentes disseram achar terem ouvido disparos vindos do veículo da família quando iriam fazer uma abordagem.

De acordo com o monopólio de imprensa CNN, o MPF solicita:

“À PRF:

• A identificação dos policiais envolvidos e o afastamento imediato das funções de policiamento
• O recolhimento das viaturas e armas utilizadas na ocorrência para perícia
• Informações sobre o tipo de assistência prestada pela PRF à vítima e seus familiares
• o ao procedimento istrativo instaurado pela Corregedoria da PRF

À Polícia Federal:

• Informações sobre as providências tomadas pela Polícia Judiciária da União
• Ao Hospital Municipal Adão Pereira Nunes
• Atualização sobre o estado de saúde de Juliana e seu pai, Alexandre Rangel, além do envio dos boletins médicos e identificação das equipes médicas envolvidas no atendimento

À Concessionária da BR-040 (CONCER):

• Imagens da rodovia entre 20h e 22h, na noite da ocorrência”

PRF é envolvida em chacinas e execuções 4b68

Não é a primeira vez que a PRF se envolve em casos de execuções no Rio de Janeiro. Em junho de 2023, PRFs dispararam contra Anne Caroline Nascimento Silva, de 23 anos, durante uma blitz na rodovia Washington Luís. Os PRFs dispararam oito vezes contra o carro. Um tiro acertou Anne Caroline e outro atingiu a diarista Cláudia dos Santos, que estava em outro carro.

A covardia da PRF já atingiu até mesmo crianças. Caso emblemático é o da menina Heloísa dos Santos, de 3 anos, assassinada no Arco Metropolitano, em Seropédica, em setembro de 2023. A mãe da menina Heloísa desabafou nas redes sociais sobre o caso de Juliana Rangel. Frustrada, comentou que “mais uma (vítima) e nada muda”.

A PRF também participou em chacinas policiais em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Em 2021, policiais da corporação executaram 26 pessoas na cidade de Varginhas, em Minas Gerais. No ano seguinte, uma operação com participação da PRF no Complexo da Penha terminou com um saldo de 23 mortos.

PEC da Segurança Pública tende a aumentar crimes 3o6r1f

O governo de Luiz Inácio, que prometeu diminuir a violência policial, tem sido ineficaz na redução desses dados estarrecedores.

Na contramão do prometido, o governo propôs, a partir da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da “Segurança Pública” criar uma nova polícia de caráter ostensivo, nos moldes a Polícia Militar, a partir da Polícia Rodoviária Federal.

Se a proposta for levada adiante, é provável que a participação da PRF em casos de violência policial (que tem aumentado por todo o país), cresça.