No final da tarde dessa quinta-feira (05/06), moradores do bairro do Bom Parto, um dos bairros atingidos pela mineração da Braskem em Maceió (AL) presenciaram uma “erupção de lama” em um trecho da Avenida General Hermes, principal via de o à região. A lama rompeu o asfalto da pista, provocando medo e desespero entre os moradores da região. 3z7148
Moradores relataram que o solo cedeu de forma repentina. “Foi muito rápido, a terra afundou e começou a sair lama sem parar. Todo mundo ficou assustado”, afirmou um morador assustado.
Moradores culpam a Braskem e os governantes pela situação. “É o vulcão da Braskem”, ironizou um morador. Outro morador revoltado disse: “As ruas de Maceió estão sendo destruídas por essa empresa. Nenhum dos governantes chega para se pronunciar, o foco dos políticos é apenas a orla, só isso. Estamos sem segurança e sem saneamento de qualidade, saúde e entre outros. Gente, vamos acordar para a realidade e mostrar que nós não só vivemos de festas, não”.
O prefeito bolsonarista de Maceió, João Henrique Caldas (PL), segue apenas investindo em shows e festas de São João. João Henrique Caldas destinou R$ 400 mil para o São João da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Em 2024, o São João da OAB recebeu R$ 280 mil por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC). Isto é, para este ano, houve um aumento de R$ 120 mil.
Desde 2018, a exploração dessas minas tem causado o afundamento do solo em diversos bairros da capital alagoana, incluindo o bairro do Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Farol e o próprio Bom Parto. Cerca de 60 mil pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas, e aproximadamente 14 mil imóveis foram condenados.
Muitos moradores ainda convivem com o medo constante de novos desastres, enquanto esperam por justiça e reparações adequadas.
O bairro do Bom Parto é um dos bairros afetados pelo afundamento do solo causado pela mineradora Braskem. Em fevereiro, o Ministério Público Federal (MPF) recebeu representantes da associação de moradores do Bom Parto e outros moradores do bairro, que apresentaram solicitações e buscaram informações sobre a situação dos imóveis ainda ocupados na região.