USA e associados atiram Líbia à guerra civil 1l4xw

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USA e associados atiram Líbia à guerra civil 1l4xw

Nem bem o bloco de poder capitaneado pelo USA comemorava a reativação do maior campo de petróleo de mais um país recentemente atacado pelos ianques e pelas potências capitalistas europeias, a Líbia, a violência sem fim voltava a recrudescer naquela nação do Norte da África atirada ao olho do furacão da sanha imperialista por um “Novo Oriente Médio”, ou seja, por uma região do globo totalmente a mercê dos interesses dos monopólios transatlânticos e da estratégia de dominação global delineada por Washington. 3t346z

Foto tirada em 2011 mostra um miliciano se posicionando em frente a uma refinaria 2u5y6p

No último 11 de julho, a Companhia Nacional de Petróleo da Líbia comemorava a produção de 90 mil barris de petróleo no dia anterior no campo de El Sharara, entregue à maior transnacional de energia hispano-americana, com sede na Espanha, a Repsol, um dos países europeus envolvidos nos ataques da Otan lançados ao território líbio há cerca de três anos.

Poucos dias depois o “primeiro-ministro” líbio, Abdullah Thani e o monopólio internacional da imprensa burguesa comemoravam a reativação da exportação da produção de El Sharara. Thani chegou a decretar o fim da “crise do petróleo” no país, em alusão ao período subsequente à invasão levada a cabo pelo USA e pela União Europeia no qual muito da infraestrutura líbia para produção e escoamento de petróleo foi danificada, tomada por “rebeldes” ou esteve paralisada por protestos populares ou quaisquer motivos em função da violência e do caos instaurados pelas potências capitalistas, em empreitada com o fim de substituir a istração de Muammar Khadafi, próxima do imperialismo russo e “dura na queda” nas negociações vende-pátria com os monopólios internacionais — a velha raposa sabia se movimentar como poucos entre as contradições interimperialistas —, por outra mais fácil de ser manejada pelo “Ocidente”.

Semeiam a barbárie e fogem da violência 5u4x26

Antes que este festivo julho terminasse, entretanto, a mesma Repsol, bem como a petrolífera italiana Eni e a sa Total, anunciaram que estavam retirando seus executivos da Líbia devido à “escalada da violência”, sobretudo devido aos seguidos e sangrentos combates entre grupos armados rivais pelo controle do aeroporto de Trípoli desencadeados a partir do dia 13 daquele mês, quando escaramuças na principal porta de entrada e saída do país deixaram 7 mortos e 36 feridos, e por causa do incessante fogo cruzado em Benghazi, em meio à disputa pelo controle da segunda maior cidade líbia.

Juntamente com a debandada do staff dos monopólios, também as representações diplomáticas das potências que semearam a barbárie agora estão fugindo da violência incontrolável envolvendo o exército líbio e milícias armadas digladiando-se entre si, guerreando contra o Estado e eventualmente contra o invasor estrangeiro, em uma conjuntura de esfacelamento da unidade de um país formado por inúmeras tribos guerreiras que, à época da istração Khadafi, tinham seus interesses acomodados no Estado líbio, com uma certa estabilidade e apaziguamento financiados pelo dinheiro do petróleo oriundo dos acordos da velha raposa com o imperialismo. Com a queda e morte de Khadafi, esta frágil unidade se quebrou, criando um cenário do qual ainda é difícil distinguir o que pode ser luta de libertação nacional, o que pode ser tribo ou frente armada armada alinhada com esta ou aquela potência ou o que é apenas cada um defendendo o seu, combatendo entre si e disputando fontes de recursos. Por isso a luta é tão sangrenta pelo controle do aeroporto de Trípoli. Além da pressão militar sobre o governo e sobre o recém-formado Parlamento da “nova Líbia”, o controle do aeroporto garante ainda ao seu detentor o controle do contrabando.

A milícia de Zeitan, por exemplo, controla os terminais de petróleo da Tripolitânia, região banhada pelo mar Mediterrâneo e onde fica a capital Trípoli. Já a milícia de Misrata domina uma parte dos terminais de Sirte, cidade natal de Khadafi e onde ele morreu assassinado pelas forças do Conselho Nacional de Transição, financiado pelo imperialismo, já nos estertores do que se convencionou chamar de guerra civil da Líbia de 2011. Estas duas milícias, de Zeitan e de Miurata, são as maiores protagonistas da luta ora em curso pelo controle de Trípoli.

Essa espécie de “guerra de todos contra todos”, porém, já está dando lugar à formação de duas grandes alianças rivais reunindo as principais forças combatentes. De um lado, toda uma gama de milícias de tribos islâmicas; de outro, a aliança, digamos, liberal em torno do general Khalifa Haftar, que participou da tomada do poder por Khadafi em 1969 e depois viveu 20 anos exilado no USA.

Este cenário anuncia a radicalização da guerra civil na Líbia, a ponto de assustar até mesmo aqueles que a fomentaram. Em 26 de julho, dia em que confrontos envolvendo armas pesadas deixaram 38 mortos e mais de 50 pessoas feridas em Benghazi, o USA anunciou que estava transferindo todo o seu pessoal da embaixada ianque em Trípoli, cerca de 150 pessoas, para a fronteira com a Tunísia, sob a escolta de 200 marines locados no Africom, o “Comando Norte-Americano para a África”. O comboio foi protegido ainda por caças F-16 e outras aeronaves de combate, tudo equipamento militar também do Africom.

O imperialismo é a guerra 31f6f

Aliás, em função da guerra civil na Líbia, o USA já aumentou de 500 para 850 o número de soldados da unidade de intervenção rápida do Africom, unidade especial do “comando” que fica de prontidão para incursões na África na base aérea de Morón de la Frontera, na cidade de Sevilla, Espanha, costa norte do Mar Mediterrâneo, tendo sido criado em setembro de 2012 após a morte do embaixador ianque Christopher Stevens em Benghazi por insurgentes.

No dia 27, um comboio de veículos blindados que transportava diplomatas britânicos também rumo à Tunísia foi atacado no meio do caminho. No dia 31 de julho, foi a vez de a Espanha esvaziar sua embaixada e de 200 chineses deixarem o território líbio. Alemanha, Holanda, Áustria, França e Itália também iniciaram um processo de evacuação de seus cidadãos que estão na Líbia.

Em 30 de julho o quartel-general da Unidade de Forças Especiais do Exército Líbio, a principal base militar em Benghazi, foi tomado pelo grupo “Conselho de Shura dos Revolucionários de Benghazi”, uma espécie de coletivo de grupos armados islâmicos. O Crescente Vermelho afirmou ter encontrado 75 corpos de militares nos arredores do quartel após o assalto àquela base.

Também no fim de julho um míssil atingiu um reservatório de gás na capital do país causando um grande incêndio que se espalhou para reservatórios também de petróleo e por pouco não mandou meia Trípoli pelos ares. Na virada de julho para agosto mais de 150 pessoas já haviam morrido, mais de 500 feridas e milhares já haviam deixado suas casas (no principal posto fronteiriço com a Tunísia já havia no início de agosto cerca de 10 mil pessoas esperando para entrar no país vizinho), em uma Líbia atirada à guerra civil por conta dos ensejos imperialistas pela repartilha do mundo, tal e qual a Síria, o Iraque e a Ucrânia.

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