A desocupação de barracos na favela do Brejo Alegre, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, foi combatida com resistência por parte dos moradores, que jogaram pedras e botijões de gás na polícia e na Guarda Municipal, na manhã de 10 de julho. 5g6b54
Guilherme Baffi
Barraca erguida na favela do Brejo Alegre, julho de 2018
A favela do Brejo Alegre é uma comunidade que foi se expandindo nos dois lados da linha férrea na região leste de Rio Preto ao longo dos dois últimos anos, se tornando o local onde imigrantes de outros estados e pessoas sem ter onde morar foram construindo casas improvisadas. No entanto, a concessionária que istra a ferrovia entrou com uma ação e a Justiça Federal determinou que os moradores saíssem da área. Cerca de 80 famílias moram atualmente na favela.
“Eles me espancaram, eu estou com uma dor nas costas terrível.”, denuncia a moradora Girlene de Jesus, que participou da resistência. A batalha campal resistiu por horas, expulsou as tropas policiais e levantou novas barricadas nas entradas da favela.
Lidando com a crise do desemprego e com filhos para sustentar, as famílias são em sua maioria oriundas do Nordeste e migraram para São Paulo na esperança de melhores condições de vida.
Depois que uma decisão na Justiça deu a reintegração de posse para a prefeitura, os moradores receberam ordem para sair “voluntariamente” do local até 29 de agosto; enquanto isso, novos barracos foram proibidos de serem construídos. Desde então, a repressão e a prefeitura têm usado da violência, sem sucesso, para quebrar a resistência das famílias.