RJ: Militar mata vizinho preto ao ‘supor’ que o homem era assaltante 62ii

RJ: Militar mata vizinho preto ao ‘supor’ que o homem era assaltante 62ii

Durval Teófilo Filho, trabalhador de 38 anos, foi assassinado pelo sargento da Marinha, Aurélio Alves Bezerra, dia 2 de fevereiro, no bairro Colubandê, em São Gonçalo. O militar atirou três vezes contra o vizinho ao “confundi-lo” com um assaltante. Familiares denunciam que o homem morreu porque era preto. 2s4v5p

Imagens da portaria do condomínio em que os dois moravam mostram o momento em que Durval chegava em casa depois de mais um dia de trabalho como repositor de supermercado, por volta de 23h. Nesse mesmo momento, Aurélio parou seu carro em frente ao portão do condomínio. Em seguida, de dentro do carro, o militar disparou um tiro à queima-roupa em Durval. O militar  ainda saiu do veículo e disparou mais duas vezes. Só depois dos disparos, quando Durval estava caído e agonizando, é que o sargento da Marinha chegou perto do trabalhador e percebeu que ele não estava armado e que se tratava de um morador do condomínio.

 

Familiares revoltados

A irmã de Durval, Fabiana Teófilo, denunciou o caráter covarde e racista do crime: “O que aconteceu foi uma covardia, porque meu irmão era trabalhador. Meu irmão nunca encostou em nada de ninguém”, afirmou.

Fabiana também conta que seu irmão era trabalhador e que voltava justamente do serviço, quando foi assassinado: “Ele sempre saiu de casa cedo. Minha mãe criou três filhos sozinha e nenhum seguiu a vida errada. Ele era o único irmão que eu tinha e acontece um negócio desse? Ele tira a vida do meu irmão? Vai dizer que é legítima defesa? Não tem como. Meu irmão não tinha arma, ele veio do serviço, do trabalho. Ele chegou em casa às 11h da noite”, denunciou a irmã.

A esposa de Durval, Luziane Teófilo, também denunciou o crime: “Vendo as câmeras, ouvindo a fala do delegado e pelo que os vizinhos estão falando, tenho certeza de que isso aconteceu porque ele é preto. Mesmo eles falando que ele era morador do condomínio, o vizinho não quis saber. Para mim, foi racismo sim”, afirmou a viúva.

A sucessão de crimes contra pessoas pretas expressa a chaga não resolvida, historicamente, da sociedade brasileira: a escravidão dos povos africanos, sustentada pelo latifúndio até hoje intocado, e as consequências racistas que recaem sobre os pretos, principalmente os pobres, perpetuada na ideologia dominante da velha sociedade.

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