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A história do velho Estado brasileiro, em suas diferentes formas (da monarquia até as diferentes expressões da república semicolonial que hoje nos encontramos), é repleta de sangue de grupos explorados e oprimidos. Atualmente, se leva a cabo pelo velho Estado e sua gerência de turno encabeçada pelo PT/pecedobê vários genocídios. No campo e na cidade, a política do velho Estado é a do massacre e da barbárie da polícia fascista. Os camponeses pobres, povos indígenas e quilombolas são massacrados no campo; na cidade, a população pobre dos grandes centros urbanos é também cercada por um Estado policial que pratica o extermínio da juventude, com a desculpa de combate à criminalidade (que o próprio velho Estado permite e sustenta, enchendo as periferias de drogas e de lixo cultural que exalta o indivíduo em detrimento do coletivo).
Nessa conjuntura de massacre ao povo pobre na cidade, amplia-se o debate sobre o genocídio do povo preto. O genocídio do povo preto é real, verdadeiro. O velho Estado e sua polícia racista enxergam nos indivíduos pretos a personificação da pobreza, que, por sua vez, é a personificação da criminalidade. Em seus treinamentos, a polícia fascista impõe que o indivíduo preto é o provável potencial criminoso. Em outras palavras, o preto é sinônimo de pobre, e o pobre é logicamente um potencial criminoso. Isso faz desenvolver entre as massas populares pretas uma luta em particular contra o genocídio do povo preto, que é umbilicalmente ligado ao genocídio do povo pobre.
Nessa realidade de massacre aos pobres que afeta, na cidade, sobretudo os pretos (como maior contingente entre as classes empobrecidas), desenvolve-se uma nova questão que os revolucionários, democratas e patriotas devem compreender e solucionar: a questão de pontuar o genocídio do povo preto como consequência particular do genocídio do povo pobre e dar mais atenção às contradições que se desenvolvem no seio do povo no que tange à questão racial. Isto porque as massas pretas nas cidades já desenvolvem sua luta particular. Isso não é criar cisões ou contradições no seio do povo: isto é enxergar, apontar e, então, abrir alas para solucionar uma contradição que já está posta — pela própria construção histórica do Brasil, assentada sobre a exploração acentuada e potencializada de uma etnia em particular — e que recai em cima do Brasil a responsabilidade histórica de ser solucionada.