Luta dos Povos Indígenas 402h29

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Luta dos Povos Indígenas 402h29

MA e BA: Escalada de violência contra os indígenas o6r37

Com informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi)

Os povos indígenas no Brasil têm sofrido nos últimos anos com a escalada de violência perpetrada pelo conluio entre latifundiários e instituições do velho Estado, que tem se expressado no aumento de agressões, despejos, ameaças de morte e assassinatos, principalmente das lideranças – fato este denunciado edição a edição de AND. A isto, o movimento indígena nacional tem respondido com o aumento de sua mobilização, politização e organização para fazer frente aos ataques das classes reacionárias contra os seus direitos. 4x4qv

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Indígenas assassinados em 2016

No estado do Maranhão, pelo menos doze indígenas foram mortos ao longo de 2016, sendo que metade destas mortes ocorreram nos últimos três meses. As suspeitas são de que as mortes estão relacionadas à luta pela retomada e/ou manutenção das terras tradicionais dos povos indígenas.

A morte mais recente ocorreu no dia 26/11, com o assassinato de José Colírio Oliveira Guajajara, cacique da Aldeia Travessia, na Terra Indígena (TI) Cana Brava, situada entre os municípios de Barra do Corda e Grajaú. O cacique foi executado com um tiro à queima roupa na frente da família. José era a principal liderança da aldeia na luta contra os invasores das terras do seu povo.

Um dia antes, o corpo de Hugo Pompeu Guajajara foi encontrado com a língua decepada e a pele do rosto arrancada em Barra do Corda. Hugo era morador de uma das aldeias que constituem a TI Cana Brava.

José Dias de Oliveira Lopes Guajajara também foi encontrado morto no Rio Mearim no dia 21/11. O corpo do indígena, que vinha recebendo ameaças de morte nos últimos meses, apresentava sinais de estrangulamento, além de parte de sua pele ter sido arrancada.

No dia 05/11, Lopes de Sousa Guajajara, de 16 anos, foi encontrado morto no Rio Grajaú, com partes de seu corpo decepadas. O jovem habitava a TI Morro Branco, no município de Grajaú.

Segundo relatos dos Guajajara ao Cimi, o ato de decepar membros dos corpos têm sido uma característica comum nos últimos assassinatos, sendo um modus operandi dos grupos paramilitares que atuam na região.

Estes crimes bárbaros são uma tentativa de expulsão compulsória dos Guajajara das suas terras tradicionais por parte de latifundiários e madeireiros, com o auxílio de seus grupos armados de pistoleiros, que contam ainda com a conivência dos órgãos do velho Estado, seja por não demarcar as terras indígenas ou por não investigar e punir os responsáveis por estes crimes.

Os Guajajara, assim como os Gamela e os Ka’apor, monitoram e fiscalizam os seus territórios – não mais aguardando a atuação de órgãos ambientais do velho Estado como Ibama e ICMBio –, buscando coibir a ação de invasores, que tentam extrair os recursos naturais das suas terras, principalmente os madeireiros.

Ka’apor expulsam invasores

No dia 05/12, os Ka’apor da Aldeia Zé Gurupi, que compõe a TI Alto Turiaçu, situada entre seis municípios ao norte do estado, expulsaram pistoleiros que buscavam invadir o seu território, chegando a imobilizar um dos invasores. Dias antes, os indígenas já haviam expulsado madeireiros, que atuam ilegalmente dentro da terra indígena.

Indígena morto em emboscada na Bahia

O Tupinambá Luiz Viana Lima, de 54 anos, foi assassinado na manhã de 26/11, no município de Buerarema, sul da Bahia (BA).

O indígena conduzia a sua moto por uma rodovia que liga os municípios de Buerarema e Una, a caminho de sua residência localizada na Aldeia Serra do Padeiro, que integra a Terra Indígena Tupinambá de Olivença, quando foi atacado por três homens que efetuaram ao menos sete disparos contra Luiz, sendo este atingido nas costas, no peito e na cabeça, falecendo ainda no local.

No sepultamento do Tupinambá, no dia seguinte ao ataque criminoso, os parentes de Luiz estavam profundamente comovidos e indignados, onde exigiram que a Polícia Federal investigue o caso e prenda os responsáveis.

A Aldeia Serra do Padeiro, que integra a Terra Indígena Tupinambá de Olivença – localizada entre os municípios de Buerarema, Una e Ilhéus –, apresenta um histórico de ataques, seja por parte de pistoleiros a soldo de latifundiários, seja dos órgãos do velho Estado. Uma das lideranças da comunidade, o Cacique Babau, já foi preso três vezes.


DF: Por demarcação de terra e contra hidrelétrica 24l3y

Com informações do Cimi

No dia 29/11, mais de 80 lideranças do povo Munduruku, no estado do Pará, protestaram em frente ao palácio da justiça, em Brasília (DF), exigindo a demarcação da Terra Indígena (TI) Sawre Muybu. Os indígenas estamparam um grande letreiro vermelho com a frase “Demarcação Já”.

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Munduruku reivindicam demarcação de terra em Brasília

No dia 01/12, também na capital federal, lideranças Munduruku em reunião com representantes do ministério do meio ambiente exigiram o fim do projeto de construção da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós.

Os indígenas também exigiram do Ibama a fiscalização de garimpeiros, madeireiros e palmiteiros que invadem e exploram ilegalmente o seu território e denunciaram os projetos que buscam permitir a exploração de madeira em unidades de conservação sobrepostas ou próximas a terras indígenas.

“Estamos aqui para denunciar que estamos lá sofrendo com essas ameaças dos invasores. O Ibama e o ICMBio não estão fazendo o seu trabalho. A gente está sendo ameaçado, nosso rio está sendo poluído e nossa floresta está sendo ameaçada. O nosso sagrado Daje kapap está sendo ameaçado. Se acontecer alguma coisa conosco, se houver conflito com garimpeiros, quem vai ser culpado é quem é competente e que era pra ter feito seu trabalho”, criticou Maria Leusa Munduruku em entrevista ao Cimi.

A TI Sawre Muybu, entre os municípios de Itaituba e Trairão, no estado do Pará, conta com uma área de 178 mil hectares. A demarcação desta terra indígena esbarra nos interesses da gerência federal e das empresas de infraestrutura em construir a Usina Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós que, se construída, irá inundar grande parte da Sawre Muybu.

Em agosto deste ano, após intensa mobilização e luta dos Munduruku, o licenciamento da hidrelétrica foi arquivado, mas os indígenas temem que o projeto seja retomado em outro momento.

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