Levantar alto o protesto popular 5p3l1l

Levantar alto o protesto popular 5p3l1l

O ano de 2020 será particularmente agitado no que respeita às lutas das classes revolucionárias. Todos os indícios estão presentes.   6j1c2r

Os reacionários mais esclarecidos preocupam-se cada vez mais com a falta de perspectiva para a economia, enquanto “forçam a barra” para vender otimismo, manipulando indicadores econômicos. Sabem que se não conseguirem sair, mais ou menos rapidamente, da persistente crise enfrentarão grandes perigos. Trata-se de algo muito grave, da crise geral de decomposição em que entrou o capitalismo burocrático no país e em todo o continente latino-americano. No enfrentamento desta, o imperialismo impõe como política central as medidas bandidescas de assalto aos direitos dos trabalhadores e de maior entrega da Nação. Como já demonstram as grandes explosões de protestos massivos crescentes em todo o mundo, particularmente na América Latina, tal política só fará aumentar a revolta das massas. Será mais difícil fazer funcionar os serviços básicos e crescerá ainda mais a delinquência. E, o que é pior para eles: crescerá ameaçadoramente o perigo iminente de um levante popular, cada vez mais, sob direção revolucionária. 

O terceiro trimestre de 2019 foi coroado com o fiasco na economia: 0,6% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Isso é o mesmo que paralisia. A tendência é o desemprego e a miséria das massas prosseguirem a níveis altos. Hoje, levando em conta os “desalentados” e “subocupados”, o desemprego real chega a 28 milhões, provavelmente o número é muito maior! Já as condições dos empregos gerados (como os “intermitentes”) são cada vez piores. Exploração desapiedada: baixos salários, longas e intensas jornadas, situação que tende a piorar pela alta concorrência das massas desempregadas. A máquina do capitalismo burocrático esmaga com toda sua crueldade o nosso resistente proletariado e massas populares. 

Apesar disso, o capitalismo burocrático não sai da areia movediça em que se alojou. O consumo das famílias continua baixíssimo, reprimido pelo endividamento e desemprego. Aqueles que conseguem emprego, também devido ao baixo salário, não consomem o suficiente para que este “morto vivo” levante da crise. 

Para tentar equilibrar a economia podre, o governo lança mais terras nas mãos do “agronegócio” e da mineração monopolista. As commodities, a “preço de banana”, são vendidas às nações imperialistas, servindo-lhes a enriquecer. Para ampliar tal negócio os governos e latifundiários expulsam o campesinato de suas terras e aprofundam a política iniciada por Dilma de ser contra qualquer reforma agrária, o que faz engrossar o exército de desempregados na cidade e o número de jovens que, desesperançosos, buscam saída na delinquência. 

É a crise geral de decomposição do capitalismo burocrático, assentado na espoliação sem fim das massas e submetido à rapina imperialista, principalmente ianque. As massas proletárias, camponesas e demais trabalhadores, mais cedo do que tarde, arão do simples protesto a revoltas mais violentas. Mesmo ante mil obstáculos e da verdadeira camisa de força impostos pela traição e oportunismo das direções das centrais sindicais, as massas se rebelarão ao ponto de fazer as Jornadas de 2013 parecerem um singelo protesto. 

Enquanto padecem com a piora sistemática do seu padrão de vida, as massas assistem às comemorações dos poderosos monopólios financeiros. No início de outubro, os bancos lucraram R$ 109 bilhões entre julho de 2018 e junho de 2019! É o maior lucro nominal em 25 anos. O contraste entre os dois blocos da sociedade não é por acaso e nem uma infeliz coincidência. A indecente concentração da riqueza em um punhado de famílias de grandes burgueses e latifundiários – que vivem o paraíso sem sequer trabalhar – cresce, justamente, porque cresce a quebradeira das pequenas e médias empresas e a miséria de centenas de milhões de trabalhadores. 

Todas as medidas aplicadas (e aquelas que ainda virão) acentuarão tal situação. Aquelas que não causam impactos hoje, causarão logo nos próximos anos. O pateta, assim chamado “ministro” Paulo Guedes, está semeando ventos. 

Por sua vez, Bolsonaro e seu grupo de extrema-direita estão amarrados e percebem, dia a dia, que não podem alcançar seu sonho terrorista de restabelecer um regime militar fascista sem “virar a mesa”, sublevar os quartéis e impor um novo Alto Comando. Não podem fazê-lo, no entanto, sem criar um profundo caos que justifique isto; e tampouco podem fazê-lo se seu presidente não possuir grande capital político perante as massas. Seu novo partido pode vir a ser o que mais perto se chegou, na história recente, de um partido fascista no Brasil. Se sair do papel, terá uma base de massas organizada por corporação, nos bairros e zonas, por meio dessas pequenas e sinistras seitas neopentecostais paramilitares. No entanto, fragmentando-se por decepções e disputas pessoais de poder, falta ao bolsonarismo os quadros para levar adiante tal empreendimento. Pode ser que essa gestação produza um natimorto. 

Flávio Bolsonaro, pêgo no esquema das “rachadinhas”, é o calcanhar de Aquiles do bolsonarismo. Qualquer movimento abrupto da extrema-direita bolsonarista está conjurado pela ameaça iminente de prosseguir a investigação pelo Ministério Público, nas mãos do “governo militar secreto” manejado pelo Alto Comando das Forças Armadas (ACFA). Só em outras condições pode, a extrema-direita, impor o seu projeto. 

Já a direita militar e civil, cujo centro é dito “governo militar secreto”, prossegue desgastando Bolsonaro enquanto infla figuras que podem contrapô-lo, disputando o mesmo eleitorado. Sérgio Moro, mais político do que antes, se contrapõe a todas as manobras que Bolsonaro faz para livrar seu filho. A criação do “juiz de garantias” foi por Moro criticada, assim como todas as decisões e articulações feitas para retardar a investigação contra Flávio Bolsonaro. Bolsonaro vai perdendo a imagem de “anticorrupto” e esvazia-se seu prestígio no meio da opinião pública moralista e em sua histórica base eleitoral (as tropas subalternas), que já o trata por traidor. 

Certo de que o establishment está lançando Moro, Bolsonaro tentou, no dia 23 de janeiro, enfraquecer seu “superministro” dividindo o ministério por ele comandado. A imposição do “governo militar secreto” afiançado na opinião pública anticorrupção impediu-o de prosseguir. A crise política, no centro da qual agora estão as Forças Armadas reacionárias, tende a galopar ou para maior pugna entre as frações ultrarreacionárias ou para subordinação completa da extrema-direita de Bolsonaro ao “governo militar secreto” na definição de quem deterá a direção da ofensiva contrarrevolucionária. 

A situação revolucionária na qual entrou o país desde os grandes levantamentos de 2013/14 segue desenvolvendo em confronto com a ofensiva contrarrevolucionária lançada pelos de cima para deter seu desfecho revolucionário. O objetivo dessa ofensiva são as três tarefas reacionárias de: 1) sair da crise e impulsionar o capitalismo burocrático, 2) reestruturar o velho Estado impondo um regime com máxima centralização de poder no Executivo e, 3) regime com o mínimo possível de direitos e liberdades democráticas para conjurar o perigo de revolução. Como parte disso, estão escalando a guerra civil reacionária a proporções nunca vistas na história recente do país, especialmente contra os camponeses e os pobres das favelas e periferias. Basta ver que o governo cria, agora, uma força-tarefa e uma nova força militar (“Força Nacional Ambiental”) que atuará na Amazônia Ocidental e terá como coordenador o general Mourão. Esta é a crítica situação da colina da reação. 

Já os de baixo, compelidos a lutar pelos direitos pisoteados, contra a miséria e a fome, cansados da ditadura burguesa-latifundiária e sua farsa eleitoral, cada dia demonstram que não aceitam continuar vivendo assim e, parte por parte, se levantarão em grandes embates. Especialmente o setor mais organizado, mais clarividente e mais disposto, nucleado pela aliança operário-camponesa e que arrastará atrás de si, com o tempo, centenas de milhares de massas. A luta espontânea das massas encontrará, a cada dia, mais e mais, a direção consciente do proletariado à qual se fundirá crescentemente. Essa é a poderosa, inabalável e imponente situação em que está se desenvolvendo a colina da revolução. Nem o mais feio dos monstros pode conjurá-la ou detê-la. 

Apesar da forte propagação ideológica para justificar toda a opressão e miséria na mentalidade das massas como natural, visando torná-las ivas e conformadas, estas manifestam seu repúdio à velha ordem quando se levantam contra os efeitos desse sistema de exploração e opressão. Recusam e manifestam-se violentamente contra as operações policiais no Rio de Janeiro e outras grandes cidades, contra a expulsão de suas terras e a concentração delas nas mãos do latifúndio no campo, contra a falta e precariedade dos serviços públicos básicos de saúde e educação, de saneamento e água potável, contra a falta de moradias para as mesmas etc. 

As massas só podem libertar-se ideologicamente lutando contra a velha ordem, de acordo com seu nível de consciência política, e vinculando-se cada vez mais à luta popular revolucionária, a qual vai selecionando e forjando a vanguarda revolucionária do proletariado. Toda a sorte das massas, do ponto de vista estratégico, depende dos revolucionários e verdadeiros democratas, que devem tomar isto em alta conta. A época de grandes embates novamente bate às portas. E é a própria contrarrevolução quem a anuncia, ao preparar uma guerra reacionária de grande escala. A revolução e seus efeitos demandam novas tarefas.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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