Grécia: 109 novas medidas antipovo 3u5t1v

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Grécia: 109 novas medidas antipovo 3u5t1v

Povo grego realizou mais uma greve geral, no último 17 de julho, contra a aprovação de mais de 100 medidas antipovo pelo parlamento do país. v5j4f

No último dia 17 de julho, dia seguinte a mais uma greve geral realizada pelos trabalhadores da Grécia, o Parlamento voltou a desafiar as ruas aprovando uma extensa lei que contém nada menos do que 109 novas medidas antipovo exigidas pelo FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, a famigerada troika, que “democraticamente” governa, visando garantir os interesses da Europa do capital monopolista naquela nação mediterrânea onde a crise geral de superprodução relativa que apodrece o capitalismo internacional estourou de maneira mais estrondosa sobre as finanças do Estado, e de forma particularmente dramática sobre as costas das massas proletárias. j5s2q

Entre as mais de cem novas medidas antipovo que entrarão em vigor estão uma nova rodada de despedimentos de funcionários públicos e o aumento, também mais um, da carga tributária sobre os trabalhadores pobres.

Ainda em 2013 mais quatro mil funcionários públicos serão colocados no olho da rua, entre os quais dois mil professores, e outros 25 mil serão colocados em estado de “reserva laboral”, que é quando am a receber 75% do seu salário durante um período de oito meses, ficando para depois deste prazo a decisão do Estado se serão “realocados” ou se irão engrossar os estratosféricos números do desemprego.

Na mesma lei aprovada no dia 17 de julho está prevista a isenção fiscal para os representantes de “organizações internacionais” na Grécia. Na prática, ao mesmo tempo em que o Estado grego taxa os pobres cada vez mais, abre mão de receber tributos dos funcionários da troika que estão residindo no país para supervisionar a draconiana ofensiva contra os trabalhadores locais.

Mesmo as medidas incluídas no pacote que aparentemente atendem a anseios populares, como o fim da imunidade judicial para os conselheiros do órgão responsável pelas privatizações e a instituição de ações disciplinares contra os prefeitos que não respeitarem seus respectivos limites orçamentários, mesmo essas podem ser colocadas no mesmo saco das demais. Isso porque representam aquelas infames pequenas “concessões” que os opressores costumam fazer para tentar legitimar a sanha geral de arrocho, exploração e repressão.

Mais de 26% de desemprego e aumento dos impostos estão entre os motivos que levaram os gregos a cruzar os braços mais uma vez este ano. 3536r

Como se eventuais punições a um burocrata corrupto ou a um prefeito não-enquadrado pudessem atenuar o sofrimento do povo trabalhador sufocado pelas reduções salariais, pelo aumento dos impostos sobre a renda e o consumo, pelas demissões sem fim e pela dilapidação do patrimônio e dos serviços públicos; como se as ações do opressor afinadas com a cantilena liberal, ou seja, de combate à corrupção e da “responsabilidade fiscal”, pudessem apaziguar a ira popular e escamotear a feroz luta de classes em curso naquela nação.

Enquanto isso, o último dado sobre o desemprego oficial na Grécia, relativo a maio, apontou para mais um recorde do índice: 27,6%, 0,6% maior do que a taxa registrada em abril. Só em maio mais 22 mil pessoas ficaram desempregadas no país. O número total e oficial de desempregados na Grécia vai aos poucos se aproximando da metade do número de pessoas que ainda mantém seus empregos, que é de 3,6 milhões de trabalhadores. Chama ainda mais a atenção o número tão estrondoso quanto dramático de 65% dos jovens procurando e não encontrando um trabalho com o qual possam se sustentar e ajudar a família a sobreviver.

Impostos sobre quem ganha menos 5t1n6x

Dados divulgados no fim de julho pelo próprio ministério grego das Finanças mostram que os trabalhadores do país pagaram nada menos do que 52% de impostos sobre os seus rendimentos em 2012, isso em um cenário de draconianos e sucessivos cortes salariais.

Sim, no ano ado os gregos pagaram mais impostos para financiar o Estado que lhes oprime com um sem número de medidas antipovo e para o pagamento de juros aos bancos alemães, ainda que o salário médio dos trabalhadores daquela nação tenha despencado 18,3% entre 2011 e 2012, com os rendimentos caindo de 17.928 euros anuais para 14.640 euros. Isso porque, entre as listas de “tarefas” a cumprir entregues pela troika ao gerenciamento de Atenas, sendo sempre cumpridas à risca, estavam a “revisão” do limite de isenção fiscal de 12.000 anuais para 5.000 euros, o que significa que o sujeito que conseguiu se manter empregado em um cenário de mercado de trabalho arrasado e ganhando 416 euros por mês (sonoros 267 euros a menos do que o salário mínimo oficial do país) ainda tem que financiar o Estado sempre às ordens da Europa do capital monopolista.

Além disso, a troika exigiu – e o gerenciamento grego, como sempre, cumpriu – a redução das deduções fiscais por filho e o aumento da tributação imobiliária.

O fato de o gerenciamento grego e os interventores da troika insistirem em tributar quem sobrevive e sustenta sua família ganhando uma fração do salário mínimo oficial do país dá conta do estado de coisa na Grécia. Naquela nação sob forte processo de pilhagem do patrimônio público e arrocho sem precedentes do proletariado, o mote é rebaixar as condições de vida dos trabalhadores às piores condições possíveis na razão direta da melhoria das condições para que o Estado grego siga engordando o caixa dos agonizantes banqueiros dos países imperialistas que compõem o eixo da União Europeia.

Ora, não foi exatamente isso o que a Comissão Europeia, órgão dirigente da Europa do capital monopolista, expressou quando, há um ano, afirmou que o povo trabalhador grego não poderia reclamar de uma nova rodada de “medidas de austeridade” que estava por vir porque o salário mínimo na Grécia era superior àqueles em vigor em Portugal e na Espanha?

“Para vossa informação, o salário mínimo na Grécia é de 751 euros por mês. Multipliquem por 14, porque há 14 meses, o que dá uma média de 870 euros por mês. Em termos comparativos, devo dizer por exemplo que em Portugal o salário mínimo é de 570 euros e em Espanha de 748 euros, se as minhas informações são corretas”, disse à época o porta-voz dos Assuntos Econômicos da Comissão Europeia, Amadeu Altafaj Tardio, quando questionado pelo monopólio da imprensa sobre o quão “realista” eram as novas condições que a troika estava prestes a impor ao gerenciamento grego, ou seja, sobre como seria possível reduzir o salário mínimo em uma nação já tão castigada por inúmeras “medidas de austeridade”. Hoje o salário mínimo grego oficial é de 683 euros mensais.

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