Como há 30 anos – Milhares tomam as ruas por liberdade e anistia 6o4964

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Como há 30 anos – Milhares tomam as ruas por liberdade e anistia 6o4964

Foto: Eduardo Magrão/AND 66145b

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No último dia 30 de julho, milhares de pessoas participaram de manifestações que ocorreram em diversas capitais com o tema ‘Protestar não é crime’. Entre as principais palavras de ordem levantadas estavam a da libertação de todos os presos políticos, o fim dos processos e a liberdade de manifestação.

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 Cerca de três mil pessoas participaram do ato nacional pela liberdade e anistia para os presos políticos e contra a criminalização dos movimentos populares pelo Estado e o monopólio da imprensa. Os manifestantes se concentraram na Igreja da Candelária e saíram em eata pelas ruas do Centro.

Entre as entidades que participaram do protesto, estava o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, que está sendo alvo de uma tentativa de golpe promovido por profissionais das empresas do monopólio. Encabeçado por funcionários da famigerada Rede Globo, o grupo está reivindicando a dissolução da atual direção do sindicato devido à ocasião em que a entidade se declarou solidária aos presos políticos no Rio de Janeiro.

Também estava presente no ato o fotógrafo Loloano C. Silva, que teve o braço quebrado por um policial no ato durante a final da Copa do Mundo no dia 13 de julho. Ao se deparar com o cabo Albuquerque, autor da agressão, Lolano pediu ao PM que autografasse o gesso — na ocasião, o fotógrafo já estava há 16 dias com o braço engessado. Surpreendido por sua vítima, o cabo PM respondeu:

Meu próximo o é te prender — esbravejou.

Não sei por que, se não estou cometendo nenhum crime. Só estava pedindo um autógrafo. Ele [o PM] vai me prender por bater com o meu gesso no seu cassetete. É lamentável vir a um protesto e dar de cara com o policial que me agrediu, pronto para agredir outra pessoa — lamentou o fotógrafo.

Os manifestantes seguiram pela Avenida Rio Branco e desviaram o trajeto para ar pelo Tribunal de Justiça do Rio, que junto com as polícias desse Estado em decomposição, formam a quadrilha que tem usurpado todas as liberdades daqueles que querem apenas um país justo para todos. Depois de algumas intervenções, o ato seguiu para a Cinelândia, onde terminou sem mais problemas.

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Continuaremos nas ruas! A polícia prendeu alguns para servir de bode expiatório e acha que assim conseguirá tirar o povo das ruas. Ocorreu o efeito contrário. A mobilização em defesa dos ativistas perseguidos só fez aumentar as manifestações. Só dar uma olhada em volta, temos mais de três mil pessoas aqui hoje — disse uma estudante universitária que carregava um cartaz escrito ‘Lutar não é crime!’.

Propagandistas de A Nova Democracia realizaram uma brigada de vendas da edição nº 134 do jornal com a manchete “Os presos políticos de Dilma”. Cem exemplares foram vendidos durante o ato. Vários apoiadores e leitores dirigiram-se aos brigadistas do AND e saudaram a imprensa popular pela propaganda e defesa das lutas da juventude combatente.

Os recentes acontecimentos políticos na capital fluminense estão relatados na matéria ‘Abaixo o fascismo! Protestar não é crime!’, publicada na página 7 desta edição.

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O comitê de apoio ao AND em São Paulo fez a cobertura do ato. Os manifestantes, convocados pela Frente Independente Popular (FIP-SP), foram às ruas em protesto contra a criminalização dos movimentos populares e pela libertação dos ativistas presos nos protestos que vêm ocorrendo nos últimos tempos na cidade e em todo país. A manifestação teve início por volta das 18hs na Praça da Sé e caminhou até a Praça Roosevelt.

A mãe de Fábio Hideki Harano, ativista preso covardemente desde 23 de julho, esteve presente no protesto em defesa de seu filho e dos demais presos políticos. Durante a manifestação também foi erguida a bandeira da resistência do povo palestino, contra o genocídio perpetrado pelas tropas de Israel fascista na Faixa de Gaza.

No percurso, populares se solidarizaram e aderiram. Entre as palavras de ordens, os jovens cantaram algumas contra a repressão policial e a farsa eleitoral. Os nomes dos ativistas presos foram lembrados e acompanhados do grito: ‘Presente!’.

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BH somou-se às outras capitais brasileiras e também realizou no dia 30 de julho, na Praça 7, um ato pela liberação dos presos políticos. O ato foi convocado pela Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça de Minas (FIVMJ-MG) e contou com dezenas de ativistas de diversas organizações populares e classistas da região.

O centro da manifestação foi a denúncia contundente da escalada de criminalização dos movimentos populares, pela libertação dos ativistas que ainda continuam presos e os companheiros de diversas regiões do país que estão sendo perseguidos. A atividade teve início às 17hs e várias pessoas usaram do microfone para dar suas mensagens de solidariedade. Uma nota da FIVMJ foi distribuída para os trabalhadores que avam pela praça.

Na capital mineira, onze manifestantes foram detidos durante a Copa da Fifa. A jornalista independente Karinny foi presa, espancada e torturada pela PM por ter registrado a violência policial. Dois outros companheiros ficaram presos por mais de duas semanas.  Os três estão agora em liberdade vigiada usando as abomináveis tornozeleiras eletrônicas. Todos foram indiciados tal como os jovens detidos durante a Copa das Confederações (junho/2013) e as manifestações do dia 7 de setembro de 2013. 

O ato ressaltou a importância do chamado para a mais ampla luta contra a repressão que, segundo a nota distribuída pela FIVMJ, “deve ser travada com radicalidade e independência em relação à institucionalidade burguesa, ao Estado, aos patrões, aos governos – sem nenhum tipo de interlocução com aparato repressivo”.

Em Recife (PE), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Brasília e outras cidades também foram realizados atos, panfletagens e outras atividades.

A falsa democracia se revela 213n4w

Nota da redação: Na segunda quinzena de julho foi conformado o Comitê Popular Contra o Estado de Exceção, que publicou a seguinte nota subscrita por dezenas de organizações populares, sindicais, partidos e entidades de classe.

Manifesto dos movimentos sociais sobre as ilegalidades do governo brasileiro.

Com as jornadas de junho de 2013 vislumbrou-se, enfim, o desejo de livre manifestação da sociedade, mas desde então ele vem sendo duramente sufocado pelas diferentes instâncias governamentais. É importante deixar claro a responsabilidade da presidenta Dilma-PT, do ministro da justiça Cardozo-PT, dos governadores Cabral/Pezão-PMDB, do secretário de segurança Beltrame e do prefeito Eduardo Paes-PMDB na repressão e criminalização dos movimentos sociais que não se restringem somente ao estado do Rio de Janeiro, tampouco a estes partidos. Vale lembrar que PSDB (SP e MG), PSB (PE) e PCdoB (Min. Esp.) têm responsabilidade direta ou indireta de governo. Vale ressaltar que estas ações têm o apoio massivo da mídia corporativa, em especial das organizações Globo.

Na véspera da final da Copa da Fifa, uma articulação entre governos federal e estadual culminou com a prisão de 18 cidadãos, entre eles advogados, professores, estudantes e menores de idade.

No dia 12 de julho, 26 pessoas tiveram ordem de prisão determinada pelo juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau. Entretanto, segundo a Comissão de Direitos Humano da OAB, nenhum elemento que foi apreendido tipifica o crime de formação de quadrilha armada, conforme a acusação. Além disso, este juiz não tem competência para decretar apreensão de menores. E essas práticas não vêm de hoje…

A repressão das Forças de Segurança Pública Militarizadas tem violentado professores, bombeiros, garis e qualquer cidadão que conteste a ordem constituída. Neste sentido, vivemos a suspensão dos direitos políticos tais como: greve, manifestação e organização. Em um ano de manifestações, o contingente policial só faz aumentar em número e violência a cada ato de rua. Entendemos que a tendência é piorar.

Para garantir a democracia e barrar o avanço do estado de exceção, fazemos um chamado a classe trabalhadora, juventude e povo oprimido para demonstrar a sua indignação com os eventos acima relatados e reafirmar o seu direito à livre manifestação.

LIBERDADE AOS PRESOS POLÍTICOS! DITADURA NUNCA MAIS!

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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