Aumenta conflito entre mapuches e Estado chileno 6u4t6z

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Aumenta conflito entre mapuches e Estado chileno 6u4t6z

Mais de 4500 mapuches se despediram do corpo de Melinao. 1g166

No último dia 12 de agosto, as comunidades mapuche chilenas realizaram uma grande marcha em Santiago, capital do país. O protesto começou na Praça de Armas e denunciou as violências cometidas pelo Estado chileno, que quatro anos atrás vitimou o Weichafe (guerreiro, em mapundungum, idioma mapuche) Jaime Mendoza Collio, e na última semana a Rodrigo Melinao, outra liderança da causa da independência do povo mapuche. 396b6o

O Estado chileno mobilizou um forte aparato policial, inclusive com uso de helicóptero, carro lança-água e lança-gases. Um manifestante informou à Rádio Bío-Bío que o protesto se aproximou da sede da Polícia de Investigações (PDI) de forma pacífica, levando cartazes, e que os funcionários atearam fogo no prédio sem nenhum motivo.

Os manifestantes acusam os policiais de usar violência indiscriminada. A polícia está acusando os manifestantes de lançar coquetéis molotov.  Quatorze pessoas foram presas, cinco delas quando tentavam ingressar na PDI. Dentre elas quatro mulheres e um menor de idade. Cinco pessoas foram presas na sede da PDI e se encontravam, até o fechamento desta edição, incomunicáveis.

Os policiais atiraram contra os manifestantes com armas de grosso calibre, uma pessoa foi atingida por uma bala que, segundo o portal informativo mapuche werken.cl, seria de chumbo. Três policiais tiveram lesões leves. Uma mulher mapuche foi presa e agredida pelos policiais.

Honras a um weichafe 5y6r1z

Mais de 4.500 mapuches chegaram de diversas zonas do país à comunidade Rayen Mapu-Iof Lololo, em Ercilla, no sul do Chile, para se despedir de Rodrigo Melinao Lican, de 26 anos. Melinao foi encontrado morto no último dia oito com dois tiros de grosso calibre (provavelmente calibre 12). Ele foi o quarto weichafe assassinado no Chile após o fim do gerenciamento militar, em 1990.

Durante o funeral, as autoridades ancestrais mapuche afirmaram “Que se não houver justiça neste caso, as comunidades terão que fazer justiça mapuche”. Caso não tenham uma resposta em curto prazo, as comunidades em resistência da zona de Malleco, Auracanía, prometem exercer a autodefesa e fazer justiça a sua maneira.

O Ministério Público recusa a tese de que o jovem tenha sido assassinado por policiais, mas a família de Melinao afirma que a polícia é a única responsável pela morte do weichafe, já que o jovem foi encontrado a 50 metros de uma estrada patrulhada por carabineros (polícia chilena), na qual é comum ouvir disparos a esmo durante a noite.

Melinao deixou três filhos e a companheira grávida. Ele se encontrava na clandestinidade, após ser condenado a cinco anos de prisão, com o uso de testemunhas sem rosto, por um incêndio florestal e por danos à propriedade privada. A ação ocorreu em outubro de 2011, quando uma expropriação foi realizada por integrantes de uma comunidade mapuche, queimando parcelas de um território usurpado e dois ônibus de uma empresa florestal.

As comunidades mapuche estão exigindo há anos a desmilitarização de seus territórios, a retirada do grande contingente policial militarizado que está os obrigando a viver em estado de sítio e a devolução do território que lhes foi usurpado pelas empresas florestais e por latifundiários.

Territórios recuperados 4y1p6z

Mais de 4500 mapuches se despediram do corpo de Melinao. 1g166

Enquanto não cessa a violência do Estado chileno contra o povo mapuche, em diversas zonas do país crescem as mobilizações de comunidades pela restituição concreta de territórios roubados por empresas florestais e latifundiários.

Durante o mês de julho último, foram retomadas áreas na província de Cautin, próximo à cidade de Temuco. No último dia 24, a comunidade Temucuicui retomou os fundos La Romana e Montenegro, e mais duas áreas próximas a Arauco e Cautin.

Somente na região de Ercilla, as comunidades mapuche reivindicam 50 mil hectares de terras.

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