O 19 de junho foi um histórico dia de luta. Em mais de 437 cidades brasileiras, mais de 700 mil trabalhadores, estudantes, camponeses, artistas e intelectuais atenderam ao chamado feito por movimentos populares, entidades de luta e sindicatos e tomaram as ruas de cidades de todo o país em protesto contra o governo militar genocida de Bolsonaro. 143m71
Os gigantescos protestos, que foram ainda maiores do que os ocorridos em 29 de maio, demonstraram que o povo brasileiro está farto do genocídio imposto e a a rechaçar ativamente o governo militar de Bolsonaro e generais.
Confira a cobertura feita pelo AND dos principais atos.
São Paulo
Na capital paulista, mais de 100 mil manifestantes tomaram a avenida Paulista e a rua da Consolação, no centro de São Paulo. O protesto na capital contou com ainda mais manifestantes do que a do dia 29/05.
O ato dispôs de um grande bloco independente e combativo composto pelo Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária (UV-LJR) e outros movimentos populares. Foram vistas faixas com os dizeres: Abaixo o governo militar genocida de Bolsonaro!, Greve Geral! e Por uma Nova Democracia!
No fim do ato, os manifestantes quebraram duas agências bancárias e levantaram barricadas por toda rua da Consolação, em repúdio às constantes chacinas praticadas pelas Polícias Militar e Civil.
Ocorreram protestos também em várias cidades do interior, como Campinas, Ribeirão Preto e outras mais.
Rio de Janeiro
Na cidade do Rio de Janeiro, os manifestantes se reuniram no monumento Zumbi dos Palmares, no centro da cidade, por volta das 10h da manhã. As ruas da avenida Presidente Vargas foram tomadas por mais de 100 mil manifestantes que caminharam até a igreja de Nossa Senhora da Candelária.
Um bloco combativo formado pelo MEPR, UV-LJR e pelo Movimento Feminino Popular (MFP) chamou a atenção no ato por sua organização e combatividade. Seus militantes enfileirados carregavam faixas, bandeiras e cartazes em apoio à Liga dos Camponeses Pobres (L) e contra o governo militar.
Em duas grandes faixas podia-se ler as consignas: Abaixo o governo militar genocida de Bolsonaro! e Liberdade imediata para os 4 camponeses de Rondônia! Terra para quem nela vive e trabalha!
O bloco destacou ainda que o inimigo nº 1 do governo militar é a L e, por isso, é fundamental defendê-la e apoiá-la em sua justa luta pela terra e por uma Nova Democracia.
Minas Gerais
Na capital Belo Horizonte, milhares de pessoas se reuniram no ato, que contou com mais manifestantes que o anterior, assim como a grande maioria dos atos que ocorreram pelo país. Os manifestantes rechaçaram o governo militar de Bolsonaro e generais e exigiram vacinação urgente para o povo.
Na manifestação estavam presentes as entidades democráticas Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Belo Horizonte e Região – Marreta (STIC-BH), além da Liga Operária. Além das demandas já mencionadas, as entidades e organizações democráticas exigiram auxílio emergencial de mil reais durante a pandemia de Covid-19. Ocorreram também inúmeros atos no interior do estado.
Sul do país
O 19/06 em Curitiba (PR) iniciou-se com um fechamento da rodovia Régis Bittencourt (BR-116). Manifestantes atearam fogo em pneus e bloquearam uma das pistas que liga São Paulo a Curitiba, no bairro Atuba. Foi pendurada uma faixa no local que dizia: Abaixo o governo militar genocida de Bolsonaro!
Já ao longo do dia, cerca de 2 mil pessoas reuniram-se na praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, para a manifestação. Os presentes exigiam o fim do governo militar de Bolsonaro e generais e a vacinação em massa para todo o povo.
Um vigoroso bloco combativo foi composto pela ExNEPe, com organizações como a Frente Estudantil contra a Educação a Distância (FECEaD) e Alvorada do Povo (AP). Os participantes traziam faixas em defesa da universidade pública e gratuita e pela vacina para o povo. Atos também foram registrados por todo o estado.
Na capital do Rio Grande do Sul (RS), Porto Alegre, mais de 30 mil pessoas se reuniram em frente à Usina do Gasômetro e tomaram toda a avenida Mauá.
Além das demandas gerais do protesto, como o fim do governo de Bolsonaro e generais e a vacinação em massa, os manifestantes colocaram em alta, ainda, temas como a reforma istrativa em tramitação, as privatizações em curso (inclusive no próprio estado do RS) e outros ataques dos governos federal e estadual. Outros atos tomaram também as ruas no interior.
Atos tomam o Norte
O protesto na cidade de Manaus, capital do Amazonas (AM), também contou com um aumento no número de participantes em comparação ao último ato, 29/05. Cerca de 6 mil pessoas estiveram presentes. Movimentos democráticos e organizações populares marcaram o ato com sua participação combativa.
Com faixas e palavras de ordem, o ato denunciava a falta de vacinas para o povo, os cortes de verbas das universidades e institutos de pesquisas federais e a falta de auxílio emergencial.
Às 8 horas da manhã, em Belém do Pará, trabalhadores e organizações populares se reuniram no Mercado de São Brás. Aproximadamente 7 mil pessoas marcharam por uma das avenidas mais movimentadas e de maior fluxo da cidade: a rua Governador José Malcher, em direção à praça da República.
Entre as reivindicações da massa, estavam a vacinação para o povo já, a educação pública, gratuita, científica e de qualidade, o rechaço ao despejo de famílias e povos nativos em meio a uma pandemia, contra o massacre do povo no campo que luta de forma legítima pela terra (referência à perseguição bolsonarista à L), e também o repúdio à matança de jovens pretos e favelados pelas polícias nas cidades.
Já em Rondônia, ao menos quatro cidades registraram manifestações. Na capital, em Porto Velho, a manifestação massiva contou com a presença das entidades democráticas como a ExNEPe e o Movimento Classista de Trabalhadores em Educação (Moclate).
Além disso, estiveram presentes organizações democratico-revolucionárias de camponeses, mulheres e estudantes. Foram elas a L, o MFP e o MEPR.
No ato, viam-se grandes faixas com os dizeres: Abaixo o governo militar genocida de Bolsonaro! e Eleição é farsa! Não vote! Viva a Revolução Agrária, Democrática e Anti-imperialista!
Milhares marcham no Nordeste
Na manhã do dia 19/06, milhares de pessoas marcharam pelas ruas de Recife, capital de Pernambuco (PE), e levantaram a consigna: Abaixo o governo militar genocida de Bolsonaro!
Um bloco combativo foi organizado pela juventude combatente. Nele, estavam presentes ativistas do Coletivo Mangue Vermelho (MV) e do MEPR. Os ativistas demonstraram apoio à luta pela terra. Além disso, pôde ser observado palavras de ordem em apoio à L sendo puxadas do começo até o fim do ato.
Os ativistas do bloco empunhavam escudos para a autodefesa dos manifestantes. As faces dos escudos possuíam artes e mensagens em apoio à L. No dia 29/05, policiais tentaram reprimir brutalmente o ato. Essa ação deixou como saldo dois trabalhadores cegos após serem alvejados com tiros de bala de borracha.
A juventude combatente puxava a pleno pulmão a palavra de ordem: Polícia Militar, inimiga do povo! Cegou trabalhador, nós vamos dar o troco!
Após dois agentes serem vistos filmando os rostos dos manifestantes de perto, as forças da reação foram prontamente expulsas da manifestação pelo bloco combatente.
Ao final do ato, organizações oportunistas impediram o prosseguimento da manifestação. Além disso, quadros do oportunismo foram flagrados entregando flores à Polícia Militar (PM).
A manifestação em São Luís, Maranhão (MA), iniciou-se às 8h, com concentração na praça Deodoro e foi finalizada às 11h30 na praça Maria Aragão, Centro Histórico da cidade. O ato contou com uma firme atuação da juventude combativa.
O movimento Combate(r), ao lado da juventude combatente, organizou um bloco na marcha. Foram puxadas palavras de ordem e levantadas faixas exigindo o Fora Bolsonaro, Mourão e Forças Armadas reacionárias! e também Vacina para o povo já!. Outra faixa trazia a mensagem: Auxílio emergencial de mil reais até o fim da pandemia!, além de cartazes com consignas em chamamento à luta combativa.
O movimento também prestou solidariedade à heroica resistência Palestina. Ativistas foram vistos levando cartazes em apoio aos palestinos, agitando sua bandeira e no fim da manifestação realizaram um ato simbólico, queimando as bandeiras de Israel e do Estados Unidos (USA).
Em João Pessoa, Paraíba (PB), o ato contra o governo militar de Bolsonaro e o genocídio imposto ao povo brasileiro iniciou-se com a concentração, às 9h da manhã, no Lyceu Paraibano, centro da cidade.
Os manifestantes saíram em marcha por volta de 10h com destino ao ponto de Cem Réis, também no centro. Milhares de pessoas levaram cartazes, bandeiras e entoaram palavras de ordem contra o governo militar e o genocídio impetrado contra a população.
Estudantes presentes no ato exigiram o fim da intervenção do governo de Bolsonaro e generais na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e em outras universidades, que tiveram seus reitores impostos pelo presidente. Destacava-se uma enorme faixa com os dizeres: Fora Interventores!
Em Maceió, Alagoas (AL), a mobilização reuniu mais de 10 mil trabalhadores do campo e da cidade. A manifestação se concentrou às 9h na praça Centenário e seguiu pela avenida Fernandes Lima.
Os manifestantes afirmavam que o governo genocida de Bolsonaro e generais é mais letal do que a Covid-19. Em relação à última manifestação, a capital alagoana também presenciou um aumento na quantidade de manifestantes.
Mais de 8 mil pessoas se reuniram em Natal, Rio Grande do Norte (RN), no segundo dia de manifestações nacionais contra o governo de Bolsonaro e generais. A marcha, que começou no cruzamento das avenidas Senador Salgado Filho e Bernardo Vieira, se prolongou por pelo menos três horas, seguindo pela BR-101 até a altura do Natal Shopping. Também houve manifestações em Mossoró, Parnamirim, Caicó, Pau dos Ferros e Tibau do Sul.
Centro-oeste
Na capital sul-matogrossense, Campo Grande, no período da manhã centenas de manifestantes realizaram uma marcha no centro da cidade, na praça Antônio João.
Já em Dourados, movimentos combativos e independentes estiveram presentes, somando-se aos atos nacionais contra. As palavras de ordem Nem Bolsonaro, nem Mourão, o povo quer vacina e educação!, Vacina, vacina para o povo já! Abaixo o governo genocida militar!, Sem vacina não haverá paz, fora Bolsonaro, fora generais! e 1,2, 3… 4,5 mil ou param os cortes ou paramos o Brasil! tomaram a manifestação.
Na concentração do ato foram feitas falas saudando a luta da L, junto da faixa pedindo a liberdade imediata para os quatro camponeses presos políticos do Acampamento Manoel Ribeiro.
Em Goiânia, manifestantes caminharam cerca de 3 quilômetros (km) da praça Cívica até a região da rua 44, carregando faixas e cartazes. O protesto começou por volta de 9h30 e durou cerca de três horas. Também ocorreram manifestações em Jataí e Anápolis.