Em 27 de julho de 2017 completa-se um ano do falecimento da companheira Sandra Lima. Muito da trajetória dos revolucionários só é conhecida após a sua morte. Assim determinam as condições da luta de classes. Quando do falecimento da companheira, pudemos conhecer um pouco de sua história, que narramos em edições anteriores do jornal. 155k1y
Em sua longa trajetória, a companheira Sandra forjou-se como destacada dirigente revolucionária, comunista, de grande capacidade teórica, prática, organizativa e propagandística.
Sandra Lima foi fundadora, militante e dirigente das principais organizações do movimento popular classista e combativo surgidas da tormentosa luta de duas linhas contra o revisionismo e todo o oportunismo em meados da década de 1990.
A Heroica Resistência Camponesa de Corumbiara (RO) em 9 de agosto de 1995 — divisor de águas do movimento camponês em nosso país — e o apoio incondicional e ir àquela luta e à justa violência revolucionária empregada pelas massas, que se contrapam à brutal repressão barrando o plano latifundiário-estatal de realizar um massacre de proporções horrendas, foram elementos decisivos para que Sandra Lima e seus companheiros tivessem uma compreensão profunda do papel do campesinato e do problema agrário como principal contradição em nosso país.
Quanto à situação internacional, neste mesmo período, após a completa derrocada do revisionismo e o social-imperialismo na URSS, a Guerra Popular no Peru e o Partido Comunista do Peru, sob a chefatura do Presidente Gonzalo, faziam estremecer a reação naquele país, no continente e em todo o mundo, levantando altas labaredas da luta armada revolucionária e a bandeira do maoismo e da Revolução Proletária Mundial.
Sandra Lima, que desde a sua juventude participou ativamente das mobilizações e lutas de nosso povo, teve, a partir desse período, decisiva atuação para a fundação e desenvolvimento de diversas organizações classistas.
Participou da fundação da Liga Operária e Camponesa que, com o desenvolvimento da luta combativa pela terra e a fundação da Liga dos Camponeses Pobres (L), ou a se designar Liga Operária. Participou de congressos e reuniões das Ls em diferentes regiões do país. Foi uma das fundadoras e dirigentes do Socorro Popular, organização criada para dar e aos ativistas do movimento camponês, alvos da brutal repressão do velho Estado, que demandam tratamento médico para se restabelecer das consequências dos ataques de bandos de pistoleiros e policiais na luta pela terra. Foi uma grande entusiasta da organização da juventude revolucionária e dedicou-se sem descanso a formação ideológico-política de ativistas estudantis, juventude camponesa e operária.
Sandra Lima foi fundadora e destacada dirigente do Movimento Feminino Popular (MFP). No combate à opressão da mulher e ao feminismo burguês e pequeno-burguês, que considera serem homens e mulheres inimigos por questões de gênero e não de classe, dedicou-se para que as mulheres se forjassem como quadros revolucionários que dominem a ideologia do proletariado para, ombro a ombro com seus companheiros de classe, cumprir as tarefas da Revolução de Nova Democracia ininterrupta ao socialismo em nosso país.
Dedicou-se sem medir esforços ao movimento pela punição dos criminosos militares e civis, mandantes e executores de torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados do regime militar, participando de protestos e debates em todo o país.
Tinha profundo conhecimento dos clássicos da teoria revolucionária do proletariado e da história da luta de classes. Era uma talentosa agitadora e propagandista e, em suas intervenções nas reuniões e assembleias populares, dedicava o principal de suas falas às questões ideológicas, ao combate contra o revisionismo e todo o oportunismo, a afirmação de que as lutas reivindicativas são muito importantes, mas que o principal é o proletariado e as massas compreenderem a necessidade de se conquistar o Poder político pela via revolucionária. Em suas agitações, destacava-se sempre o combate à farsa eleitoral, ao cretinismo parlamentar e a conclamação das massas a boicotar ativamente as eleições reacionárias, organizarem-se e lutarem.
Sandra Lima discursa em ato, 08/03/2012
Sandra Lima dedicou toda sua vida à Revolução Brasileira, sempre desfraldando o internacionalismo proletário. Foram 40 anos de militância, organizando as massas nos bairros proletários, favelas e fábricas, na luta pela moradia, na luta pela terra e, especialmente, à politização e promoção da militância das mulheres do povo.
Evocamos sua memória e sua militância revolucionária para que nossos leitores possam conhecer e seguir seu exemplo e que sua bandeira siga hasteada alta, firme e tremulando no crescente protesto popular em nosso país, destemida e combativa, como ela tanto exaltava ao destacar a importância da valente bandeira palestina, que está sempre à frente dos protestos de nossa juventude combatente, abrindo caminho para fazer avançar a Revolução em nosso país como parte e a serviço da revolução mundial.