A Chacina da Lapa ocorreu no dia 16 de dezembro de 1976, resultado de uma operação das Forças Armadas que visava eliminar o Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que se reunia na Rua Pio XI, no bairro da Lapa, em São Paulo. 5c5e9
Arquivo Estadão
Aparelho partidário na rua Pio XI onde ocorreram os assassinatos
Na ocasião, os grandes dirigentes comunistas Pedro Pomar e Ângelo Arroyo foram barbaramente assassinados. O dirigente comunista João Batista Franco Drummond, também membro do Comitê Central, havia sido preso um dia antes e foi assassinado sob bárbaras torturas no odioso Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI/Codi). Outros cinco comunistas foram presos e levados às torturas.
Este fato trágico na história do Movimento Comunista brasileiro contribuiu para o aniquilamento do PCdoB enquanto um partido revolucionário do proletariado, pois, em seguida, sua direção foi tomada de assalto por revisionistas que, sob a batuta de João Amazonas, transformaram o PCdoB neste pecedobê apodrecido e completamente integrado ao velho Estado burguês-latifundiário de hoje.
Reconstruído em 1962 com a sigla PCdoB (para se diferenciar do antigo PCB revisionista de Prestes), o partido de Pedro Pomar, Maurício Grabois e outros notáveis revolucionários dirigiu a heroica Guerrilha do Araguaia, que até os dias atuais é o mais elevado nível da luta de classes no Brasil, em que pese a dificuldade da assimilação da ideologia do proletariado, que, na época, com as grandes experiências da Revolução Chinesa, já havia evoluído em marxismo-leninismo-maoismo.
Mesmo com limitações na compreensão da ideologia do proletariado, os comunistas, ligando-se às massas camponesas, ousaram levantar a bandeira da luta armada e foram até a região do Araguaia. Lá, de armas nas mãos, verteram seu honrado sangue não só contra o regime militar-fascista pró-USA, mas pela Revolução Brasileira.
A Chacina da Lapa contribuiu para que os revisionistas interrompessem as discussões acerca do balanço da experiência do Araguaia. O capitulador João Amazonas simplesmente ou “um pano” para abafá-la, desembocando, posteriormente, no ataque aberto ao maoismo.
“A esquerda na direção do PCdoB, que já estava profundamente debilitada na defesa do maoismo com a perda de Maurício Grabois e dezenas de quadros no Araguaia e nas cidades (além do imenso prejuízo orgânico e ideológico da saída dos quadros da Ala Vermelha e do PCR nos anos anteriores), receberá um golpe definitivo durante a reunião do Comitê Central de dezembro de 1976. Isto, precisamente no momento em que a luta pelo justo balanço sobre o Araguaia estava se impondo. Balanço este de importância decisiva para o desenlace da luta interna na direção por tirar lições dos erros e persistir na linha revolucionária que, com o massacre pelas forças da repressão, foi sepultado no partido.”, afirmou o Núcleo de Estudos do Marxismo-leninismo-maoismo em sua obra Problemas na história do Partido Comunista do Brasil, que pode ser adquirido na loja virtual de AND.