No dia 1° de junho, um homem atacou com coquetéis molotov e gritos de “Palestina livre” e “assassinos!” uma marcha pró-Israel no Colorado, Estados Unidos, organizada em meio ao genocídio cometido pelo Estado sionista de Israel na Faixa de Gaza. A mobilização, feita no momento em que Israel já matou mais de 54 mil palestinos no território palestino, exigia a entrega dos prisioneiros de guerra israelenses mantidos nas mãos da Resistência Palestina e não criticava o governo de extrema direita israelense. Ao menos oito pessoas ficaram feridas. 45229
O caso ocorreu pouco mais de uma semana após o assassinato de dois embaixadores israelenses na capital ianque, Washington D.C., e representa um aumento importante nas ações anti-imperialistas feitas com armas complexas e rudimentares no território norte-americano. Esse fenômeno é comum em momentos em que as massas populares progressistas de uma potência imperialista, revoltadas frente ao genocídio de um povo e ao apoio do seu país à guerra injusta, decidem tomar ações concretas contra a invasão.
O homem que atacou a marcha decorada com bandeiras de Israel tinha origem egípcia. Segundo as investigações, ele teria usado um lança-chamas improvisado para atingir as pessoas da agitação, classificadas por eles como apoiadoras do regime sionista. A polícia ianque prendeu o homem depois da ação. Ele confessou estar por trás dos disparos e disse que seu objetivo era eliminar o máximo de sionistas possível, e que a motivação foi o apoio dos israelenses à anexação de terras palestinas por Israel. De acordo com o FBI, o ataque estava sendo planejado há pelo menos um ano e contou com a participação exclusiva do autor. O homem foi acusado de “terrorismo” e “crime de ódio”, embora em nenhum momento tenha citado o judaísmo como motivação do ataque, e sim o sionismo.
Quem patrocinou a marcha? 6q335g
A marcha foi convocada pela organização “Corra pelas vidas deles” (Run for their lives). Segundo o jornal norte-americano The Worker, essa organização é ligada ao Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, uma coalizão sionista que defende a entrega dos prisioneiros de guerra “por qualquer meio necessário” – dentre os quais está o genocídio do povo palestino.
O fórum também condena abertamente as organizações palestinas de resistência que se organizam para combater a ocupação. O terceiro ponto de unidade do grupo é “estabelecer a responsabilização criminal internacional contra o Hamas e definir suas ações como crimes de guerra e crimes contra a humanidade”. Por outro lado, em nenhum momento o grupo critica o genocídio palestino, o uso de armas ilegais na Faixa de Gaza, o uso da fome contra arma de guerra ou outros crimes de guerra cometidos pelo regime israelense. O grupo também nega que o Hamas seja “força de estado”, embora a organização seja um partido político reconhecido na Palestina, com sua organização militar legítima.
O fórum é apoiado por bilionários e instituições financeiras, como o Banco Hapoalim, que opera várias agências ilegais na Cisjordânia ocupada e nas Colinas de Golã ocupadas, segundo o mesmo jornal norte-americano. Já o grupo “Corra pelas vidas deles” é patrocinado pelas Filantropias Combinadas Judias, organização do lobby sionista nos Estados Unidos.
O uso da exigência de “retorno dos prisioneiros de guerra” para defender o genocídio é usado globalmente por sionistas. No dia 28/04, a embaixadora sionista em Londres, Tzipi Hotovely, disse que era “irrelevante” saber o número de crianças mortas em Gaza por bombardeios israelenses. Em resposta, o apresentador de televisão Piers Morgan afirmou que a embaixadora estava sendo “mesquinha” em suas palavras e que o massacre de crianças palestinas era “indiscutível”.
A guerra volta para casa 3d452y
A ação no Colorado faz parte de um aumento de atos espontâneos de violência armada em várias regiões dos EUA, abertamente motivadas pela ampla participação do imperialismo ianque na ocupação israelense das terras palestinas e contra as medidas draconianas implementadas pelo governo de Trump contra a população de imigrantes latino-americanos.
Entre março e abril, dezenas de carros e concessionárias da Tesla, empresa de carros do magnata ultrarreacionário e membro do governo Elon Musk, foram incendiados e alvejados. Essas ações espontâneas de massas populares ocorrem a despeito do alto nível de reacionarização, vigilância e punição aos revolucionários por parte do atual governo norte-americano.