MA: Camponeses e estudantes marcham em Barra do Corda contra a grilagem e pela libertação de Antônio Fernandes

Camponês Antônio Fernandes está preso ilegalmente em processo de criminalização da luta pela terra.
Marcha camponesa condenou criminalização da luta pela terra. Foto: AND

MA: Camponeses e estudantes marcham em Barra do Corda contra a grilagem e pela libertação de Antônio Fernandes

Camponês Antônio Fernandes está preso ilegalmente em processo de criminalização da luta pela terra.

Na manhã do dia 6 de junho, o povo ocupou as ruas de Barra do Corda (MA). Dezenas de camponeses, a União das Comunidades em Luta (UCL) e estudantes universitários, ativistas do Coletivo Estudantil Filhos do Povo (CEFP), realizaram uma manifestação para denunciar os constantes casos de grilagem de terras na região e exigir a libertação imediata de Antônio Fernandes, camponês preso arbitrariamente em meio aos conflitos fundiários que assolam o interior maranhense.

A marcha atravessou os principais pontos da cidade, em um trajeto simbólico e estratégico: partindo do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, os manifestantes aram pela Delegacia de Polícia, pelo Fórum, pelo Ministério Público, pela Prefeitura e pelo centro comercial da cidade. Durante o percurso, comerciantes, trabalhadores e moradores abriram portas e dialogaram com os manifestantes, em uma clara expressão de impacto pela manifestação e força da mobilização.

Durante todo o percurso, os manifestantes entoaram palavras de ordem e canções de luta que expressavam a indignação e a firmeza de quem não vai recuar diante das injustiças. Gritos como “Companheiro Antônio, o campo e a cidade agora estão unidos por sua liberdade!”, “Antônio Fernandes, liberdade! A terra é sagrada, vocês vão nos pagar!” e “Se o campo não planta, a cidade não almoça nem janta!” ressoavam pelas ruas, em coro combativo.

O ponto alto da marcha foi a chegada ao presídio local, onde Antônio Fernandes segue preso. Em frente ao prédio, o clima era tenso. A presença do povo revelou o nervosismo das forças de segurança, que se limitaram a observar, filmar e trancar portas. Assim, o ato lançou um recado às autoridades locais, que se esconderam em seus gabinetes e se limitaram a observar de longe. Diante da  tentativa de isolamento e criminalização das comunidades camponesas, a marcha representou mais uma resposta do povo organizado frente aos ataques.

Faixa erguida em manifestação. Foto: AND

A mobilização contou com a importante presença de estudantes universitários vindos de diferentes cidades do Maranhão. Essa participação reforçou os laços entre campo e cidade e reafirmou o compromisso da juventude estudantil com a luta pela terra e contra o latifúndio. Uma das estudantes presentes, do curso de Pedagogia, destacou:

“Nós estamos aqui representando os estudantes de todo o Maranhão, que se unem aos camponeses nessa guerra justa, que é contra a grilagem de terras e o poder dos latifundiários.”

Assis, liderança camponesa da região, afirma: “Um fato novo que nunca tinha acontecido aqui em Barra do Corda. Foi importante porque é a primeira vez que os trabalhadores decidem lutar por uma causa justa. A luta pela terra é uma luta justa! Deus não deu a terra só pro filho do homem — deu para os filhos dos homens. A terra não é só alimento, é remédio, é vida. Esse ato foi uma iniciativa positiva para o campo e para a cidade. E essa é apenas a primeira de uma longa jornada de lutas contra a grilagem.”

O Comitê de Apoio ao jornal A Nova Democracia esteve presente na atividade, agitando e propagando a linha editorial do jornal. Além disso, foram vendidas dezenas de exemplares da edição atual do jornal diretamente aos trabalhadores do campo. Também foram distribuídas edições anteriores do jornal, selecionadas por abordarem temas diretamente relacionados à realidade vivida pelos camponeses: a escalada dos ataques armados promovidos por latifundiários e seus bandos paramilitares, o papel do Estado na criminalização das lutas populares, e as diversas ocupações de terra que vêm se multiplicando em várias regiões do país. 

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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