O deputado federal Coronel Meira (PL) aprovou novo projeto de invasão às terras dos posseiros de Barro Branco, durante reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara Federal (CAPADR) no dia 19 de novembro. O requerimento, fruto de mobilização e organização nacional pelo Movimento “Invasão Zero”, permite, com o aval do Estado, que seus representantes, assim como representantes da Bancada Ruralista (Frente Parlamentar Agropecuária), façam “vistoria técnica” das terras do Engenho Barro Branco, desculpa pela qual tentarão realizar um brutal massacre contra o povo. 29723w
O requerimento, redigido por Coronel Meira e Coronel Fernanda (PL), foi aprovado quase que por unanimidade pelos deputados presentes na reunião da CAPADR, e ocorreu depois da criação, no dia 12/11, de uma Subcomissão Especial voltada à “segurança no campo e mediação de conflitos agrários”, ou seja: ao extermínio do camponês em luta.
A articulação nacional dos latifundiários, junto do movimento paramilitar “Invasão Zero” e da Bancada Ruralista mostra o peso atual da resistência camponesa em Jaqueira, sobretudo depois da vitória acachapante dos camponeses sobre pistoleiros acionados pelo “Invasão Zero” na Batalha de Barro Branco do dia 28 de setembro, e como todos os líderes da extrema-direita, não importa em que estado estejam, sabem muito bem da resistência dos camponeses Jaqueira, e reconhecem a Liga dos Camponeses Pobres como maior inimigo mortal do latifúndio no Brasil. Por outro lado, os camponeses têm ampliado a campanha de solidariedade a sua luta, que já atingiu patamares internacionais.
Além de planejar a invasão de vingança aos camponeses de Jaqueira, o movimento “Invasão Zero” e latifundiários também fizeram outros ataques à L, como o despejo criminoso na Área Revolucionária Renato Nathan, em Messias, Alagoas, com aprovação do ministro Luis Roberto Barroso, do STF. Os latifundiários planejam, com apoio do Estado, intensificar nacionalmente a guerra reacionária contra a Liga dos Camponeses Pobres, seus ativistas e lideranças, a começar com a futura tentativa de massacre aos vitoriosos camponeses do Acampamento Menino Jonatas, em Barro Branco.
Em entrevista ao AND, um representante do Comitê de Apoio aos Posseiros de Barro Branco comentou que, frente a mobilização nacional do Invasão Zero e da Bancada Ruralista contra os posseiros de Barro Branco, “é dever urgente de todos os democratas e todas as organizações populares, estudantes e intelectuais honestos, de lançar uma grande campanha nacional em defesa da Resistência Camponesa de Barro Branco e da Liga dos Camponeses Pobres para combater a ameaça da extrema-direita”.
Em nota de outubro, a Comissão Nacional Liga dos Camponeses Pobres já havia comentado sobre o impacto significativo da resistência em Barro Branco: “A reação latifundiária bolsonarista, depois de várias derrotas impostas pela L em Rondônia, razão pela qual criaram, com total incentivo do então Presidente da República Bolsonaro, a força paramilitar ‘Invasão Zero’, que em pouco tempo de existência tantos crimes já cometeu e comete pelo País, em Barro Branco, sofreu sua primeira derrota. É a primeira de várias que amargará, pois cada vez mais os camponeses, indígenas e quilombolas percebem que só elevando sua autodefesa poderão assegurar seus direitos. Já em 2023, numa declaração pública a L alertou os camponeses de todo o País e os conclamou a defender seu direito à terra de armas nas mãos. Esta horda paramilitar bolsonarista está levando sua guerra covarde ao campo, é guerra que eles vão ter!”