Incêndio na Cinemateca Brasileira escancara sucateamento sistemático 292d1

Incêndio na Cinemateca Brasileira escancara sucateamento sistemático 292d1

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Reprodução: S.O.S Cinemateca Brasileira

No dia 29 de julho, um depósito da Cinemateca Brasileira na Vila Leopoldina (São Paulo), que armazenava cerca de 4 toneladas de material diverso em seu acervo, pegou fogo. 

Fundada em 1946, a Cinemateca Brasileira abriga mais de 250 mil rolos de filmes e mais de um milhão de documentos; tratando-se do maior acervo de seu tipo em toda a América do Sul. À despeito de sua importância para a preservação e memória da cultura nacional, tem sido sistematicamente sucateada, o que resultou em casos similares como um outro incêndio em 2016 e uma inundação em 2020; além de notícia circulada em maio deste ano denunciando que entre os 15 meses de fechamento da Cinemateca, entre 600 e 1000 filmes compostos de nitrato e acetato, podem ter sido degradados por completo. 

O risco de incêndio já havia sido alertado nove dias antes pelo Ministério Público Federal (MPF) em audiência com o governo federal, enquanto trabalhadores e apoiadores da Cinemateca Brasileira vêm alertando sobre esses e outros riscos de maneira constante. Em julho de 2020, o MPF entrou em ação civil pública contra a União alegando “estrangulamento financeiro e abandono istrativo”.

TRABALHADORES DENUNCIAM

Num manifesto assinado por Trabalhadores da Cinemateca Brasileira e publicado na página S.O.S Cinemateca Brasileira (@soscinematecabrasileira no Instagram), intitulado “Crime Anunciado!”, denuncia-se que “muitas perdas poderiam ter sido evitadas se os trabalhadores estivessem contratados e participando do dia a dia da instituição” e associam ao incêndio no Museu Nacional em 2018. Em outro manifesto, publicado em 12 de abril nesse mesmo portal, os trabalhadores já alertavam que “o risco de um novo incêndio é real”. 

A falta de funcionários é uma realidade desde que o governo rescindiu unilateralmente o contrato com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), uma Organização Social (OS) que istrava a Cinemateca. Os trabalhadores da associação, em 2020, denunciaram que a rescisão deixou uma dívida de R$ 12 milhões à entidade, além da demissão de 150 funcionários sem benefícios. Desde então, o destino da istração tem sido incerto.

Parte significativa do material, como os rolos de filme, são inflamáveis e precisam de cuidados especiais para não serem superaquecidos. Todavia, está fechada e sem funcionários desde agosto de 2020. Desde então os funcionários da Cinemateca, assim como intelectuais, pesquisadores, artistas e diretórios acadêmicos, têm se manifestado em defesa do acervo e pela preservação da cultura nacional como uma reivindicação geral.

“O incêndio da noite de ontem é mais um motivo pelo qual não podemos esperar para dar um basta à política de terra arrasada e de apagamento da memória nacional!”, disse o manifesto assinado pelos trabalhadores da Cinemateca.

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