Nas críticas 24 horas antes da previsão de chegada do navio Madleen na Faixa de Gaza, o governo israelense exigiu hoje (08/06) que as Forças Armadas sionistas interceptem embarcação para impedi-la de chegar ao território palestino.
O jornal Al Jazeera Arabic relatou que a Marinha israelense conduziu um exercício de treinamento na costa de Ashdod sobre como capturar o navio Madleen.
O ministro de Defesa de Israel publicou hoje no X que instruiu “as FDI [Forças Armadas de Israel] para agir de forma que a Flotilha do ódio Madleen não chegue à costa de Gaza – e que se tome quaisquer medidas necessárias para esse propósito”. Ele também acusou, sem provas algumas, que a Flotilha tem caráter antissemita e contato com o Hamas.
Os ativistas do navio denunciaram que o rastreador da embarcação parou de funcionar, o que soa como um preparativo de Israel para um ataque. “De acordo com nosso aparelho de navegação, não estamos mais a 162 milhas náuticas de Gaza – estamos no aeroporto na Jordânia. Sabemos o que isso significa – eles estão tentando bloquear o equipamento.”, disse o ativista brasileiro Thiago Ávila.
A interceptação do navio tem um caráter claramente criminoso. A Flotilha da Liberdade é uma organização internacional que leva alimentação ao faminto povo de Gaza, submetido a um cerco colonial e de apartheid imposto pelo regime nazissionista de Israel. Além disso, o barco conta com apoio de entidades internacionais e uma ampla defesa popular, como detalhou uma matéria do Diário da Flotilha, de AND, de ontem (07/06).
O AND verificou os rastreadores às 12h08 do dia 08/06 e confirmou que o aparelho continua afetado pelas interceptações. Ele pode ser ado neste e neste link.
A ativista e deputada Rima Hassan detalhou as possíveis consequências do ataque. “Tudo será decidido nas próximas 24 horas. Nossa internet será cortada, então não seremos capazes de nos comunicar nem filmar essa intervenção. Nossos objetos pessoais serão confiscados. Depois, seremos levados para o porto de Ashdod, então vai demorar de 6 a 7 horas. Durante esse tempo, nós seremos algemados e sob vigilância de soldados israelenses. Em Ashdod, provavelmente vamos enfrentar interrogatórios e uma detenção”, disse a ativista, de forma firme e corajosa. Ela exortou uma firme campanha de mobilização e denúncia da situação.
O AND vai continuar acompanhando a viagem do barco Madleen em direção à Faixa de Gaza e os desdobramentos da possível e criminosa intervenção sionista.