No dia 28 de junho, trabalhadores do transporte público em greve na cidade de Águas Lindas de Goiás (GO) apedrejaram mais de 20 ônibus da empresa Taguatur, que funcionavam apesar da decisão coletiva de paralisar as atividades por melhores condições de trabalho. Todos os ônibus retornaram à garagem após a ação. Em retaliação, a empresa demitiu dez trabalhadores por justa-causa sob a acusação de terem tomado parte na ação e realizou um boletim de ocorrência na Polícia Militar de Goiás. Apesar da criminalização, um acordo foi realizado no mesmo dia, mas os detalhes da negociação ainda não foram divulgados. É a segunda greve dos trabalhadores da cidade, após uma mobilização no início do mês que conquistou reajustes de 10,90% a serem pagos a partir de julho e mais um de 5,93% a serem pagos a partir de agosto. 6i1t6v
A greve dos rodoviários de Águas Lindas ocorria há três dias, desde que os trabalhadores resolveram paralisar as atividades no dia 25/06 por melhores condições de trabalho. A mobilização é continuidade de uma jornada de combativas greves empreendida desde o início do mês contra salários de miséria, falta de direitos e jornadas de trabalho extenuantes, impostas via de regra contra os trabalhadores do transporte público. A mobilização também se soma à lista extensa de greves e protestos realizados por rodoviários de todo o País contra a superexploração e por direitos e garantias.
A primeira greve dos trabalhadores da Taguatur esse mês ocorreu no dia 12/06, quando os rodoviários cruzaram os braços e exigiram um reajuste do salário, congelado há três anos. A greve durou um dia e também foi marcada por grande combatividade. Na ocasião, dez ônibus que tentaram sair da garagem apesar da paralisação também foram apedrejados pelos trabalhadores em luta. Um acordo foi atingido no mesmo dia entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários da Região Integrada de Desenvolvimento Econômico (Sittrinde) e a empresa Taguatur. No dia 20/06, foram anunciados reajustes salariais a partir dos meses de junho e agosto.
Agora, os trabalhadores seguem mobilizados contra as péssimas condições de trabalho contrastantes com os superlucros atingidos pelas empresas, sobretudo após os sucessivos aumentos das tarifas registrados na região do Entorno. Nesse ano, a Agência Nacional de Transportes Terrestres reajustou em até 12% as tarifas das linhas intermunicipais que ligam o Entorno ao Distrito Federal (DF). O aumento ocorreu depois de uma elevação já alta das agens em dezembro do ano ado, quando o Governo do Distrito Federal aumentou em até 26% as tarifas das linhas do mesmo trajeto. Ambos os aumentos atingiram os ônibus da empresa Taguatur.