Exército planeja gastar mais de R$ 20 bilhões com blindados a partir de 2025 6k115e

Os modelos são fabricados em países estrangeiros. Na história brasileira, blindados foram usados pelo Exército em GLOs, missões da ONU e operações contrainsurgentes
Blindados já foram usados para ocupar favelas. Foto: Leandro Wen/El País

Exército planeja gastar mais de R$ 20 bilhões com blindados a partir de 2025 6k115e

Os modelos são fabricados em países estrangeiros. Na história brasileira, blindados foram usados pelo Exército em GLOs, missões da ONU e operações contrainsurgentes

O Exército reacionário brasileiro planeja gastar mais de R$ 20 bilhões com vários carros de combate, viaturas fuzileiros e blindados a partir de 2025, como parte de uma lista de compras planejada para durar até 2040. A força não especificou em que tipo de operações busca empregar os novos carros. Todos os carros blindados que serão adquiridos são produzidos por países imperialistas. As informações são do jornalista Marcelo Godoy para o jornal monopolista Estadão. 473u2p

O Exército planeja comprar 420 Viaturas Blindadas Multitarefa Leve Sobre Rodas Guaicurus (VBMT LSR Guaicurus), 96 Viaturas Blindadas de Combate de Cavalaria Média Sobre Rodas 8×8 Centauro II (VBC Cav MSR 8×8 Centauro II) e 1.350 Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal Média Sobre Rodas 6×6 (VBTP MSR 6×6), todos de fabricação italiana, ligada ao grupo Iveco.

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Os Guaicurus e os Centauros têm sistema de proteção com lançadores de fumígenos, estações de armas controladas à distância e sistemas de lasers para acompanhar e acertar alvos. Os Centauros também tem um canhão de 120 mm e duas metralhadoras 7,62 mm.

A força também planeja modernizar 98 Viaturas Blindadas de Reconhecimento Média Sobre Rodas EE-9 Cascaval (VBR MSR EE-9 Cascavel) para aumentar a velocidade do veículo, instalar câmbio automático, um sistema de giro e elevação assistidos para o canhão de 90 mm do carro, sistemas de monitoramento e alvejamento de alvos e proteção por fumígenos e câmeras diurnas e noturnas 360°.

O Exército já começou a comprar, para os fuzileiros, Viaturas Blindadas de Combate Carro de Combate (VBC CC) e Viaturas Blindadas de Combate de Fuzileiros (VBC Fuz). Ainda não se sabe quantos serão, mas tudo deve ficar na casa dos R$ 5 bilhões.

Mau uso 2l6i38

Apesar da tecnologia, o manejo dos blindados pelas tropas do Exército reacionário brasileiro parece deixar a desejar. No ano ado, soldados capotaram com um blindado Guaicuru avaliado em R$ 1,5 milhão em uma estrada de terra em Pacaraima, Roraima, na fronteira da Venezuela, sem estarem envolvidos em nenhum confronto ou situação de tensão.

Eles foram enviados à região como parte de uma operação do Exército em meio aos atritos entre a Venezuela e a Guiana Essequiba; o Exército fingiu se mobilizar por conta de uma ameaça (nunca existente) de invasão da Venezuela, quando na verdade quis mostrar ao Estados Unidos, interessado em Essequibo por conta da exploração do petróleo, que estava pronto para ajudar a garantir os interesses ianques na região.

Meses antes, como parte da mesma operação, militares capotaram com um caminhão na rodovia federal BR-401, que liga Boa Vista a Bonfim (RR). O veículo explodiu e dois soldados ficaram feridos.

Blindados contra protestos e guerrilhas 344665

O Exército reacionário brasileiro comprou o primeiro blindado em 1921, mas só empregou veículos desse tipo quase vinte anos depois, quando militares brasileiros foram enviados, após massiva campanha progressista na qual os comunistas tiveram intensa participação, para Europa no objetivo de combater a Alemanha nazista e Itália fascista na Segunda Guerra Mundial. Foi uma das raríssimas vezes que os blindados foram usados pelo Exército reacionário em correspondência com as exigências das massas populares.

Depois da II Guerra Mundial, o Brasil ampliou a compra de blindados. Na década de 1960, empregou vários deles, principalmente do modelo ianque M41 Walker Bulldog, nas ações do golpe contrarrevolucionário que culminou na instalação do regime militar.

Durante os anos do regime, os blindados foram usados como forma de intimidação e repressão aos protestos estudantis e greves operárias das décadas de 1960 e 1970, como na eata dos 100 mil (1968). Alguns dos modelos usados foram os EE-3 Jararaca e o EE-9 Cascavel.

Ambas as marcas também foram usadas na década de 1960 contra os guerrilheiros das Forças Guerrilheiras do Araguaia (Forga), ou Guerrilha do Araguaia, dirigida pelo Partido Comunista do Brasil (então sob a sigla PCdoB), entre os anos de 1972 e 1976 na região do Bico do Papagaio. Apesar da derrota da guerrilha, o uso dos blindados não foi um fator fundamental no combate: foram vários soldados das tropas reacionárias, dentre as cerca de 31 mil mobilizadas, que foram emboscados, cercados e fustigados pelos guerrilheiros durante as três campanhas das Forças Armadas e Polícia Militar na região.

Na mesma década dos combates no Bico do Papagaio, o Exército reacionário também usou blindados durante a Operação Bandeirante, em São Paulo, lançada para perseguir e reprimir organizações guerrilheiras e outros grupos de resistência urbana em São Paulo, no que ficou chamado de Operação Bandeirante (Oban).

Blindados para ocupar favelas e massacrar o povo 6y3670

Em tempos mais recentes, os blindados brasileiros voltaram a ser usados para massacrar o povo brasileiro e mesmo povos de outros países. As viaturas ocuparam as ruas de São Paulo e Rio de Janeiro, além das favelas da cidade fluminense, em operações de GLO ou intervenções em 2007 (Complexo do Alemão), 2014 (Complexo da Maré) 2017 (Rocinha e Complexo da Maré) e 2018 (várias favelas durante a intervenção militar).

Ocupação do Exército na Maré em 2014. Foto: Erbs Jr./Estadão Conteúdo

À nível internacional, os blindados do Exército reacionário deixaram sua marca nas falsamente chamadas “missões da paz” da reacionária Organização das Nações Unidas (ONU). Os EE-9 Cascaval e Guarani foram usados em operações na ocupação do Haiti (2004-2017). Já o modelo Guarani foi empregado na “missão de paz” no Congo, comandada por um general brasileiro até hoje a despeito dos protestos do povo congolês contra a presença das tropas da missão no país.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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