Equador: Massas conquistam novas vitórias em grandiosa rebelião popular 3i655z

Equador: Massas conquistam novas vitórias em grandiosa rebelião popular 3i655z

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Rebelião popular no Equador fica mais combativa a cada dia. Foto: Adriano Machado/ Reuters

Já entra na terceira semana a rebelião popular no Equador, iniciada como greve camponesa no dia 13/06. A combatividade das manifestações aumenta cada dia mais e os camponeses, operários e demais massas populares detém verdadeiro controle sobre diversas áreas do interior do país e de bairros inteiros em Quito.

Já são quatro o número de assassinados brutalmente em decorrência direta ou indireta das forças militares reacionárias do velho Estado equatoriano, além de um agente da repressão morto.

Em rebelião, as massas combatem a miséria e lutam por seus direitos. Neste período, o povo equatoriano logrou grandes vitórias. O presidente ultrarreacionário Guillermo Lasso, acuado e fraco, anunciou que baixaria o preço da gasolina, que derrubaria o Decreto Executivo n° 95 que aumentava a produção de petróleo em terra camponesa e explorava o operariado, além de buscar o investimento imperialista no setor. Lasso também se comprometeu a eliminar o Decreto 151, sobre exploração mineira, entre diversas outras conquistas das massas.

Leia também: Equador: Rebelião camponesa chega à capital e exige a destituição do governo reacionário 4f5u2i

Quatro heróis do povo caídos

Já são quatro os heróis caídos durante a grande rebelião no Equador. Estes são: Henry Quezada, Guido Guatatuca, Franco Iñiguez e Jhonny Muenala.

Na capital Quito, no dia 23/06, Henry Quezada (29 anos) foi assassinado no Parque do Abolito (próximo de três dos principais pontos de concentração dos protestos mais combativos: a Casa da Cultura, a Avenida Pátria, a Promotoria e a Universidade Salesiana). O jovem morreu devido a impactos de balas de chumbo no tórax e abdômen, disparados pela polícia quando tentava impedir que a massa adentrasse a assembleia do Equador.

Franco Iñiguez Camacho (36 anos) foi assassinado no mesmo dia com um tiro de arma de fogo pelos militares reacionários contra o povo. O assassinato covarde ocorreu quando um comboio de caminhões do exército reacionário tentava ultraar o bloqueio de San Antonio de Pichincha, ao noroeste de Quito, que estava sendo realizado por mais de mil camponeses da comunidade. 

Iñiguez era operário da indústria têxtil e se encontrava desempregado desde 2019 após demissão em massa realizada na fábrica. Desde então, saía todos os dias de casa a procurar um novo emprego e como outros milhões de trabalhadores equatorianos, se rebelou contra a situação de miséria na atual greve.

Além dos assassinatos, há mais de 132 manifestantes detidos arbitrariamente por exercerem o direito de manifestação, seis desaparecidos e mais de 200 pessoas feridas, três delas em estado crítico, seis com ferimentos graves, seis com lesões oculares e uma com amputação parcial do braço. Este é o saldo da guerra reacionária lançada pelo velho Estado equatoriano com o governo de Guilherme Lasso.

Entre os feridos mais graves, há o caso de um jovem de 21 anos da comuna de Santa Clara de Millán, em Quito, que sofreu mutilação ocular como resultado de uma granada de gás lacrimogêneo fragmentada. Há também um homem de 22 anos, em estado grave com lesão craniana causada por um projétil disparado pelos agentes da repressão.

Massas combatem a repressão

No campo, cresce cada vez mais o ataque de milhares de camponeses e comunidades inteiras contra comboios de militares que tentam os despejar dos bloqueios de estrada ou transportar diesel das petrolíferas.

Nesses embates campais, foi assassinado um sargento na madrugada do dia 28 de junho em Sucumbíos. Os militares reacionários reprimiram os camponeses indígenas durante um transporte de 17 tanques de diesel de Shushufindi até o bloco petrolífero ITT, quando as massas responderam. Também ficaram feridos sete soldados e cinco membros da Polícia Nacional no confronto.

Cerca de 100 camponeses da comunidade realizavam o bloqueio da estrada quando os militares atacaram de maneira brutal para os dispersarem. Porém a sanha covarde por sangue do povo foi combatida pelos camponeses que também se encontravam armados com armas de chumbo e lanças.

Um carro da Petroecuador também foi incendiado. Atualmente, mais de mil poços de petróleo se encontram fora de funcionamento no país.

Mais de mil camponeses frustram os planos de militares reacionários

Caminhões militares destruídos pelas massas. Fonte: El telegrafo

Mais de 1,5 mil camponeses impediram que um comboio militar em San Antonio de Pichincha dispersasse um bloqueio e liberasse a estrada para Quito, no dia 23/06. Durante a repressão aos trabalhadores que realizavam o bloqueio, um operário, Franco Iñiguez Camacho, foi morto. 

Combatendo a repressão do Exército reacionário, os milhares de camponeses contra-atacaram pela frente, pelos lados e por trás com bastões, estilingues e carabinas. Cerca de 17 soldados reacionários foram gravemente feridos e três caminhões do exército, um caminhão plataforma e uma retroescavadeira foram destruídos.

Atualmente, como resultado dos enfrentamentos nas manifestações em todo o país, contabiliza-se mais de 218 policiais feridos e danos a 17 postos policiais espalhados em todo país. No dia 29/06, duas unidades policiais foram queimadas em Calderón, norte de Quito, devido à repressão policial brutal promovida contra o povo.

Além disso, em Puyo, 18 policiais foram detidos pelos camponeses após a morte do dirigente indígena Guido Guatatuca. Outros dois policiais se encontram sequestrados por camponeses no território nacional.

Camponeses tomam usina elétrica em Tungurahua

Mais de 300 camponeses indígenas tomaram a subestação de energia de Tisaleo, localizada na província de Tungurahua, no dia 22/06, e a energia foi desligada. A subestação opera 500 mil volts de energia e transporta eletricidade da usina hidrelétrica Coca Codo Sinclair para a subestação de Chorrillos em Guayaquil.

Batalhas em Quito

Massas travam batalhas campais em defesa dos seus direitos no Equador. Foto: Martin Bernetti/AFP

As batalhas entre o povo, que exige a destituição de Guillermo Lasso, e o velho Estado continuam em Quito. Durante as manifestações, foram incontáveis os combates no Parque Arbolito, na Procuradoria e na Assembléia. Vídeos gravados mostram as forças de repressão, acuados diante da fúria das massas, atirando projéteis de gás lacrimogêneo covardemente de dentro desses prédios em direção aos manifestantes. Em diversos momentos o povo quase logrou adentrar as instituições e tomá-las por completo.

Nas maiores universidades da capital, os manifestantes foram recebidos de maneira fraterna pelos estudantes que ocuparam as instalações juntamente com os manifestantes. Durante a madrugada, eles foram reprimidos pelas forças policiais. Em resposta, crianças, estudantes, camponeses e operários resistiram pelo seu direito de permanecer e participar das manifestações.

A Casa da Cultura, que havia sido transformada em posto policial e foi mais tarde ocupada pelos manifestantes, servindo de local de descanso para centenas de camponeses e indígenas do interior, só foi ser desocupada novamente no dia 24/06 mediante dura luta entre as massas e a reação.

Manifestantes marcham em El Arbolito. Foto: Rodrigo Buendia/AFP

Continuam os bloqueios

Por todo o país continuam os bloqueios. No dia 26/06, foram vistos bloqueios no bairro popular de San Miguel del Comun, nos arredores de Quito, uma das principais vias de o à capital. No dia 29/06, os moradores desse bairro foram brutalmente atacados por uma incursão policial, que reprimiu crianças, idosos e trabalhadores com bombas de gás lacrimogêneo e prisões arbitrárias pelo simples fato de ali residirem e participarem dos protestos.

Também há bloqueios em Oyacoto, na entrada de Quito, assim como vários bloqueios no setor de Tabacundo, conhecido como a “capital mundial das rosas”, onde existem diversos latifúndios floricultores. Em San Pablo, província de Imbabura, comunidades camponesas bloqueiam vários pontos da estrada, a cada 500 metros ou um quilômetro.

Massas resistem à repressão em Quito. Foto: Martin Bernetti/AFP

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