Em crise e fraco, PT lançará o menor número de candidatos municipais para farsa eleitoral em 32 anos 6i181u

Um ano depois de afirmar que o PT é o "único partido político" e o restante é uma "cooprativa de deputados que se juntam nas eleições", o PT lançará o menor número de candidatos em 32 anos, priorizando as alianças nas eleições.
PT lançará o menor número de candidatos a eleições municipais nos últimos 4 anos. Foto: Sérgio Lima/Poder 360

Em crise e fraco, PT lançará o menor número de candidatos municipais para farsa eleitoral em 32 anos 6i181u

Um ano depois de afirmar que o PT é o "único partido político" e o restante é uma "cooprativa de deputados que se juntam nas eleições", o PT lançará o menor número de candidatos em 32 anos, priorizando as alianças nas eleições.

“O PT não é coisa qualquer, é um partido político. O restante é uma cooperativa de deputados que se juntam nas eleições”. Essa é uma afirmação de Luiz Inácio de pouco menos de um ano atrás, dada durante uma entrevista à CNN no dia 16 de fevereiro. Quem a escutou, pode ter pensado que Lula tinha grandes planos para as próximas farsas eleitorais. Aparentemente, não é o caso: esse ano, o PT lançará o menor número de candidatos para as eleições municipais nos últimos 32 anos. A descrição que Lula deu ao “restante”, é, assim, tão precisa para “eles”, verdadeiras gangues parasitárias do povo e da Nação, quanto ao próprio “partido” (melhor definido como mero fragmento do grande partido único das classes dominantes) do atual gestor.  5o6y3b

Segundo os planos da cúpula petista, o PT só lançará nomes próprios para prefeituras em 16 dos 26 estados que haverá disputa. Dos quatro maiores colégios eleitorais do país, o PT abdicará de participar de três: São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Em SP, é a primeira vez que o PT não lançará um nome desde a fundação da agremiação.

As alianças do PT serão várias, a depender do estado. Em SP, apoiarão a chapa de Boulos, que terá como vice a reacionária, recém-saída da prefeitura bolsonarista de Ricardo Nunes, Marta Suplicy (ex-MDB, agora de volta ao PT). Na capital fluminense, o apoiado será o ganguista Eduardo Paes. Em outras regiões do Rio de Janeiro, há a possibilidade de alinanças ainda mais escabrosas: no ano ado, o vice-presidente do PT no RJ, Washington Quaquá, defendeu que a sigla apoiasse, em Belford Roxo, a candidatura de Matheus Carneiro, sobrinho do atual prefeito do município, Wagner Carneiro, conhecido amplamente pelas suas relações figadais com os grupos paramilitares e de extermínio da Baixada Fluminense. Em Salvador, o PT apoiará Geraldo Júnior (MDB), e tanto em São Luís quanto no Recife, candidatos do PSB.

Segundo alguns, a mudança da tática do PT está relacionada aos resultados miseráveis da sigla na última farsa eleitoral municipal, há quatro anos. Naquela época, o PT participou da disputa em 21 capitais, mas não ganhou em nenhuma. Acontece que o que ocorreu há quatro anos já era o sintoma, e não a causa. Há outros fatores, mais explicativos: o petismo está em grave crise, afetado pela doença terminal que tem corroído o oportunismo como um todo, desde o PT às outras agremiações oportunistas, e da esfera municipal à federal. 

No plano federal, Luiz Inácio está aplicando a mesma estratégia de coalizão reacionária para tentar se atingir o mínimo da tão desejada “governabilidade”. Nesse jogo, entregou ao menos dois cargos em ministérios, e outros em órgãos importantes, como a Caixa Econômica Federal, em troca de medidas que o Congresso Nacional em parte já queria aprovar ou não tinha tanto problema com a aprovação, como o arcabouço fiscal ou a reforma tributária.

A entrega generalizada de órgãos e pastas foi criticada até mesmo pelos próprios membros do partido. O mesmo Quaquá que defendeu no RJ a aliança com o aliado dos paramilitares, que já se descreveu abertamente como um “aliancista”, e que defendeu a coalizão no Congresso “em especial com Lira e com o Centrão”, criticou Lula em uma nota oficial do PT pela falta de ministros “de esquerda” (lembrando, sempre, os critérios amplos e mal definidos desse elemento para o conceito de “esquerda”) no governo. A nota assinada por Quaquá criticou também o “austericídio fiscal”, e foi apoiada por diversos outros membros do PT, tão de direita (ou “falsa esquerda”, caso achem menos ofensivo) quanto o governo. 

Agora, nas eleições municipais, quais serão os rumos daquele que “não é coisa qualquer”? As críticas da nota oficial da agremiação ao governo serão abandonadas em nome da “governabilidade” e de cargos a nível municipal? Gleisi Hoffmann, presidente do PT, assinou com decisão a nota, mas agora não vê problemas em afirmar que “a preocupação” é com a “chance de vitória, de resultado positivo, de bom desempenho para os candidatos”. A disputa segue como um vale-tudo. Não há programa e nem coisa que o valha, o que importa é a vitória, seja lá com quem for, e a ocupação dos cargos. Afinal, é válido repetir, são todos parte do mesmo partido único das classes dominantes, com diferenças aqui e acolá correspondentes a qual fração dessas classes e a qual oligarquia regional respondem. Assim perpetua-se a velha ordem, com todas as suas mazelas.

Na citação rememorada acima, Lula chegou a definir o PT como “único partido com cabeça, corpo e membros”. Felizmente, no mundo real, as pessoas e organizações são julgadas pelas suas ações, pela prática social, e não pelo que falam de si próprias.

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