Mais de mil militares sionistas am uma carta enviada para o jornal israelense Haaretz ontem (28/05), na qual é feita a exigência de acabar com a guerra em Gaza. Os militares afirmam que a continuação da guerra não é um bom caminho para o Estado sionista. pl3c
A carta foi publicada em meio ao crescimento das críticas ao governo de Netanyahu. No dia 27 de maio, o ex-primeiro-ministro Ehud Olmert publicou um artigo no Haaretz exigindo o fim da guerra e itindo o fato de que Israel cometeu crimes de guerra durante a invasão em Gaza. Na semana ada, o ex-major-general das Forças Armadas israelenses e líder do partido de oposição Os Democratas, Yair Golan, também criticou os rumos da guerra. Ao que tudo indica, é um movimento coordenado de figuras influentes contra o governo de Benjamin Netanyahu. Os críticos buscam minar o governo em crise para, quiçá, substituir Netanyahu e tentar estabilizar o Estado sionista, mantendo a ocupação das terras palestinas.
Ao mesmo tempo, é um sinal de desgaste nas fileiras sionistas. Isso é apontado por outros dados. De acordo com o relatório, apresentado pelo movimento ‘Mothers on the Front’ (Mães na Frente), a taxa de alistamento na reserva caiu de 95% no início da guerra de Gaza para apenas 75% atualmente, enquanto as taxas de absenteísmo em algumas unidades chegaram a 50%, com um colapso na prontidão das unidades regulares. Já no dia 04/05, o monopólio de imprensa sionista Jerusalem Post itiu que as tropas sionistas estão com uma terrível queda na moral, o que pode levar a uma queda drástica no número de militares convocados. O desespero nas fileiras sionistas é potenciado pelas capacidades das forças de Resistência. Essa semana, o jornal israelense Walla noticiou que os militares israelenses estimam que 40 mil combatentes armados ainda circulam na Faixa de Gaza, contando com um extenso sistema de túneis e centenas de foguetes. O canal saudita Al Arabiya noticiou em abril que o Hamas recrutou 30 mil combatentes para sua organização militar, as Brigadas Al-Qassam.
“Continuar a guerra vai contra a vontade da esmagadora maioria da opinião pública, resultará na morte de reféns, soldados das FDI (Forças Armadas de Israel) e civis inocentes e pode até levar à prática de crimes de guerra.”, diz uma parte da carta publicada no Haaretz. Na verdade, crimes de guerra já ocorreram na Faixa de Gaza, como já constatado por comissões da Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
Os militares também escreveram que “esta é uma guerra para preparar a ocupação de Gaza e visa implementar a visão messiânica de uma pequena minoria na sociedade israelense”, em referência, provavelmente, ao sionismo de extrema direita defendido por figuras como o ministro de Segurança Interna, Itamar Ben Gvir.
Apesar da fadiga com a guerra, que leva muitos israelenses a exigirem o fim da guerra (61% dos entrevistados em uma pesquisa do Canal 12), 82% dos israelenses apoiam a limpeza étnica de Gaza, 56% apoiam a expulsão de toda a população “árabe israelense” (como são chamados os palestinos) do território ocupado por Israel e 47% apoiam que o Exército extermine a população palestina das áreas ocupadas, segundo uma pesquisa encomendada pela Universidade Estadual da Pensilvânia, dos Estados Unidos.