CE: Guarda municipal reprime manifestação com munição letal e mata ambulante em Fortaleza 1c1g3m

CE: Guarda municipal reprime manifestação com munição letal e mata ambulante em Fortaleza 1c1g3m

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Ambulantes resistiram ao ataque da GM durante manifestação em Fortaleza, no Ceará. Foto: Reprodução

A Guarda Municipal (GM) de Fortaleza, no Ceará, matou um trabalhador ambulante durante uma manifestação no centro da cidade na madrugada do dia 18 de agosto. Agentes da GM dispararam tiros de arma de fogo contra os trabalhadores.

O homem que ainda não teve a identidade revelada, foi atingido por dois tiros disparados pelos guardas, ele foi socorrido pelos próprios ambulantes, colocado em um carro particular e levado para o Instituto José Frota, porém não resistiu aos ferimentos e morreu na manhã do dia 18.

Um ambulante que se identificou apenas como Ari, relatou em entrevista ao monopólio de imprensa G1, que viu quando um dos agentes efetuou tiros com uma pistola. “No momento do corre corre, a gente viu quando se afastaram no sentido da igreja, tenho foto do guarda com a pistola na mão, ele atirou na direção da gente, a gente viu quando o rapaz caiu. A gente pensava que ele tinha escorregado, mas não…. disfarçaram soltando bombas”, denunciou o trabalhador.

O protesto aconteceu cinco dias após a GM reprimir com violência os feirantes que trabalham na rua José Avelino.

Dessa vez, centenas de ambulantes foram com suas famílias ao local em que tradicionalmente é realizada a feira livre. Com cartazes e palavras de ordem, os trabalhadores criticaram a truculência da Guarda Municipal, comandada pelo prefeito José Sarto (PDT). Os ambulantes exigiram o fim da repressão e o direito de trabalhar, para conseguirem enfrentar a crise e sustentar suas famílias. Por volta das 2h30m da manhã, horário em que montam as barracas, os manifestantes fecharam a avenida Alberto Nepomuceno.

Segundo ambulantes, os trabalhadores tentaram negociar com os guardas para que fosse permitida a realização da feira, contudo a corporação negou o pedido. A partir daí, os feirantes se revoltaram e foram atacados pelos GMs. Altivamente e com espírito combativo, os feirantes responderam à agressão e lançaram paus e pedras contra a força de repressão.

Um dos ambulantes relatou que os guardas sequer dialogam com os trabalhadores, pelo contrário já chegaram de forma truculenta. “Chegassem e dialogassem, mas eles não dialogam, usam a força e pronto. O que a gente pode fazer é se manifestar, não é nossa intenção, mas não nos resta outra opção”, afirmou.

Uma trabalhadora presente na manifestação, afirmou: “Eles não estão deixando a gente trabalhar. A gente está assim desde sábado. Eu quase levei um tiro, porque eu ei mal por conta das bombas de gás que eles estavam jogando, prejudicando a gente. A gente só quer trabalhar, a gente não quer mais nada além disso”.

A mulher também denunciou que os agentes costumam roubar as mercadorias dos feirantes. “Eles já chegam levando as coisas de quem trabalha. Eu trabalho com merenda, ele [o outro feirante] trabalha com roupa, eles chegam pegando peça que não tem nada a ver. A gente veio para trabalhar e olha o que a gente está tendo que ar”, contou em entrevista ao monopólio de imprensa G1.

As feiras acontecem geralmente todas as quartas-feiras e sábados. Porém é constantemente reprimida pela prefeitura sob a justificativa de ser um comércio irregular. Com a pandemia a prefeitura se utilizou da Covid-19 para aprofundar a repressão, sob a justificativa de evitar aglomerações.

Um outro feirante defendeu a realização da feira, pois é dali que os ambulantes retiram seu sustento: “Não vem ninguém para decidir um horário para a gente trabalhar. O desemprego está grande por causa da pandemia e a feira gera emprego para a costureira, o filho da costureira, a gente paga imposto do mesmo jeito, a gente gera turismo, porque o turismo vem pra cá”, disse o trabalhador.

A morte do trabalhador está sendo investigada pela Polícia Civil do Ceará e o prefeito José Sarto determinou a apuração sobre os “excessos” cometidos pelos guardas municipais.

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