A Polícia Militar deteve e torturou camponeses durante uma desocupação em uma área ocupada na cidade de Porto Nacional, Tocantins, no dia 23 de novembro, de acordo com denúncias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A área foi ocupada como parte da Jornada Nacional de Combate à Violência Contra as Mulheres e Meninas. 6sm9
De acordo com o MST, a área ocupada tem 1.603 hectares e faz parte do projeto de Assentamento Retiro, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O movimento também informa que o lote 23 do terreno foi grilado por um latifundiário.
A desocupação ocorreu horas antes da entrada dos camponeses na terra. Três pessoas foram detidas e uma delas foi torturada pela polícia. De acordo com as denúncias, os policiais colocaram a pessoa no porta-malas e lançaram jatos de spray de pimenta, numa espécie de “câmara de gás”.
O MST denuncia que a polícia no Tocantins defende os interesses dos latifundiários.
Chacina de camponeses 4xl6v
O caso ocorreu cerca de um mês depois que policiais civis torturaram camponeses posseiros do Acampamento Terra Prometida, no estado do Pará, vizinho ao Tocantins. Cinco camponeses foram assassinados e outros sumiram.
A Liga dos Camponeses Pobres (L) denunciou, em nota, o assassinato dos posseiros, e reforçou que crimes como esses não são de hoje. “Na Fazenda Santa Lúcia, em 2017, também foram assassinados posseiros, e foi a pronta denúncia da L do Sul do Pará e Tocantins, e logo da T, que impediu que o crime fosse apresentada como acerto de contas de grileiros. Na ocasião denunciamos a chacina como parte da crescente violência do latifúndio sob a gerência de Temer, pois havíamos denunciado a chacina dos Gamelas no Maranhão e o Massacre de Colniza (este praticado pelo guaxeba conhecido em Rondônia como Sargento Moisés, fartamente denunciado pela L)”.
‘Somos milhares’ 341y56
O movimento conta que, após a chacina, a L se aproximou dos camponeses e ajudou os posseiros a retomar a área. “Até hoje os companheiros estão lá em seus lotes, sem que o Incra tenha resolvido a questão. Lá se vão 7 anos”.
Na mesma nota, a L conclama “todos os movimentos de luta pela terra a se unirem, não para disputar quem tem mais influência no governo, consegue mais cadastro, etc, etc, etc. Mas para enfrentar e derrotar os bandidos latifundiários e entregar a terra para os camponeses. Somos milhares!”.