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Refinaria Landulpho Alves (RLAM), privatizada pelo governo Bolsonaro/generais. Foto: Humberto Guanais.
A direção da Petrobrás anunciou, no dia 4 de dezembro, que vendeu a refinaria Landulpho Alves (RLAM) para o fundo de investimento Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos (EAU).
A refinaria RLAM fica localizada no estado da Bahia e é a segunda maior refinaria do país. Serão entregues ainda junto com a refinaria: 669 quilômetros de oleodutos, os Terminais de Madre de Deus, Candeias, Jequié e Itabunas.
Além da RLAM, outras duas refinarias também estão em processo adiantado de privatização, são elas: a Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (LUBNOR) e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX). Essas são as três primeiras da lista de oito refinarias colocadas à venda pelo governo Bolsonaro/generais.
A RLAM foi responsável por equilibrar o desempenho financeiro da Petrobrás durante a pandemia, tendo produzido cerca de 30% de toda a produção de óleo Combustível da Petrobrás para navios com baixo teor de enxofre. Este tipo de combustível tem sido bastante demandado internacionalmente. As exportações amenizaram os resultados ruins da estatal petrolífera brasileira nos três primeiros trimestres de 2020.
Deyvid Bacelar, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), denuncia as falácias privatistas: “Alegando um prejuízo, que é contábil, a gestão da Petrobrás vai entregando ativos lucrativos e importantes para o resultado da empresa. Com a venda de tantos ativos que dão lucro, o que será da Petrobrás? Por isso afirmamos que a empresa está sendo privatizada aos pedaços. Nesse ritmo, não vai sobrar nada da Petrobrás, que vai se tornar uma empresa pequena e mera exportadora de petróleo cru, sujeita a perdas imensas com o sobe-e-desce das cotações internacionais de petróleo”.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) denuncia que: “Além de comprometer investimentos econômicos e sociais em regiões que já estão sofrendo com os desinvestimentos da Petrobras, como o Nordeste, o Amazonas, o Norte capixaba, Minas Gerais, Norte Fluminense e o Sul do país, as privatizações das refinarias e terminais vão criar monopólios privados regionais que irão encarecer ainda mais os preços dos combustíveis e aumentar o risco de desabastecimento”.
Tal afirmação decorre do estudo realizado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, o estudo foi encomendado pela Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom).
Os petroleiros ainda denunciam que o plano de privatizações de oito refinarias, elaborado pela equipe econômica do Palácio do Planalto, vai criar um verdadeiro monopólio petrolífero privado no país. Bem diferente da retórica de estimular a concorrência. Com isso a tendência principal vai ser de aumento do preço dos combustíveis.