Internos da Iapen são transportados até a enfermaria em carrinhos utilizados para transporte de carga. Foto: Reprodução. 6v363
O Instituto de istração Penitenciária do Amapá (Iapen) confirmou em dezembro de 2020 o início de um surto de gripe. O local atualmente é a maior penitenciária do Amapá.
Apenas no dia 1 de janeiro foram confirmados oficialmente duas morte e cerca de 70 atendimentos médicos, alguns internos foram diagnosticados com pneumonia, tuberculose e Covid-19. Segundo a direção há uma estimaa de que 300 detentos estejam com gripe, cerca de 10% do total. O local está superlotado com cerca de 3 mil presos, sendo que algumas celas estão com até 40 pessoas.
De maneira semelhante a outras penitenciárias do país, a enfermaria da unidade funciona em precárias condições. Faltam trabalhadores médicos, enfermeiros, entre outros, além de medicamentos e demais equipamentos. Apenas um médico atua por plantão na unidade. Diante da falta de medicamentos básicos para tratamento da gripe no dia 02/01, a direção do Iapen liberou a entrega de medicamentos aos presos pelos familiares. Alguns internos são transportados amontoados em carrinhos utilizados para transporte de carga do pavilhão até a enfermaria da penitenciária.
Em meio a esse cenário houve a necessidade de transferência de vários detentos para o (HE) Hospital de Emergência em Macapá, maior hospital do Amapá, contudo o mesmo já enfrenta uma alta procura por atendimentos devido o surto de gripe atual. Enquanto outros foram atendidos na UBS do Marabaixo.
Em entrevista ao monopólio de imprensa Rede Amazônica, o pai de um dos presos, relatou que seu filho está com gripe, assim como vários presos. Ele, que preferiu não se identificar, afirmou: “Tá um surto muito grande, sexta-feira viemos visitar e era tosse para todo lado. Estamos preocupados com esse surto lá dentro”.
Enquanto a esposa de outro interno relatou em entrevista ao blog Seles Nafes relata que os policiais penais não dão a devida atenção. “Ele está bem mal. Estava com febre, aí pediu pro agente levar ele na enfermaria. Quando tiraram ele, o agente pegou nele e disse que o mesmo não estava com febre. Os agentes mesmo não estão nem aí. Exigem tanta coisa da gente nas visitas, mas você chega no anexo só entra se estiver de máscara, enquanto eles todos estão sem. Não existe remédio na enfermaria”, queixa-se a esposa de um interno.
Já a mãe de um dos detentos, Vilma, oriunda de Laranjal do Jari, interior do Amapá, afirma que os internos precisam de ajuda. “Fiquei indignada, fiquei muito triste. Para mim, como mãe, é uma dor muito grande, ver meu filho e filhos de outras mães naquela situação. Eles erraram? Erraram! Mas, estão pagando pelos erros. São seres humanos, pessoas que precisam de uma oportunidade, um auxílio. Estamos clamando por ajuda. Quero pedir à sociedade e às autoridades ajuda em favor da vida do meu filho e por cada um deles que está perecendo, doente ali dentro”.
O situação caótica da penitenciária do Amapá é bem semelhante as demais penitenciárias do Brasil as precárias condições da unidades que mais se parecem com masmorras de despejar presos (em geral pobres) em um ambiente mal cuidado que favorece a propagação de diversas doenças biológicas, as mais notificadas são Tuberculose, Pneumonia, HIV/AIDS dentre outras.