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William Burns, diretor da CIA, se encontrou com Bolsonaro e alguns ministros em Brasília. Foto: Tom Willians
O diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês), William J. Burns, visitou a capital federal, Brasília, no dia 1° de julho. O objetivo foi encontrar-se com o Presidente da República, Jair Bolsonaro, e com os ministros-generais Luiz Eduardo Ramos, chefe da Casa Civil, Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e Walter Braga Netto, ministro da defesa. Também esteve presente no encontro o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. A visita de Burns foi mantida em sigilo e não foi previamente informada.
Sobre o jantar, que aconteceu na residência do embaixador americano Todd Chapman, em Brasília, Bolsonaro gravou um vídeo, publicado em suas redes sociais.
O presidente afirmou que a conversa com o diretor da agência de espionagem ianque tratou especificamente de temas relacionados à situação de instabilidade pela qual a a América do Sul e, mais especificamente, da situação interna no Brasil.
Bolsonaro comparou a situação do Brasil com a da Bolívia e fez referência à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Nela, o ministro determinou a abertura de uma investigação para apurar a existência de uma organização criminosa digital composta por aliados de Bolsonaro que usam a estrutura pública do Palácio do Planalto, da Câmara e do Senado para atacar as instituições.
“Não vou dizer que isso foi tratado com ele [Burns], mas a gente analisa aqui na América do Sul como estão as coisas. A Venezuela a gente não aguenta falar mais, mas olha a Argentina. Para onde está indo o Chile? O que aconteceu na Bolívia? Voltou a turma do Evo Morales e mais ainda, a presidente que estava lá no mandato tampão [Jeanine Áñez] está presa, acusada de atos antidemocráticos. Estão sentindo alguma semelhança com o Brasil?”, disse o presidente fascista.
O novo diretor da CIA, William J. Burns, foi nomeado para o cargo pelo novo presidente ianque, Joe Biden. Burns é diplomata de carreira e chegou a ser o número dois do Departamento de Estado. Ele foi um dos responsáveis por manter negociações secretas com o Irã, as quais resultaram no acordo nuclear de 2015.
Aplicando a política intervencionista, a superpotência hegemônica única vê com crescente preocupação os distúrbios que ameaçam seu sistema de dominação na América Latina, que vai conformando-se como o elo débil da sua cadeia de dominação imperialista. Tal política intervencionista de tipo semicolonial se dá, por ora, por via diplomática e política, vias oficiais. Desde que ficou estampado aos olhos dos povos de todo o mundo a sua participação direta nos regimes militares da segunda metade do século XX, os ianques buscam a “estabilidade”. Estabilidade para manter seu sistema imperialista sanguinário sobre os povos oprimidos e o capitalismo burocrático neles, atado aos regimes reacionários dos velhos Estados latino-americanos.